No último sábado, 109 famílias de Maringá receberam as chaves da casa própria. O acesso à moradia é fruto de um investimento de R$ 1,6 milhão do Governo do Estado por meio do Programa Casa Fácil, da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), em parceria com a Caixa Econômica Federal.
Cada família recebeu um subsídio de R$ 15 mil para dar entrada nos imóveis. Além disso, os compradores receberam descontos nos financiamentos, que terão valor médio de prestação entre R$ 405 e R$ 1.180 por 360 meses.
Dessa maneira, os beneficiados têm renda mensal entre R$ 1.390 e R$ 4.400 e o valor das prestações fica menos custoso do que um aluguel na mesma região.
A educadora Clissye Pamela Rocha Petenuci, de 27 anos, recebeu um dos imóveis. “Estamos muito felizes. É a realização de um sonho. Nosso primeiro imóvel e temos o privilégio de não precisar mais morar de aluguel.”
Os apartamentos ficam no Solar das Laranjeiras, no bairro Jardim Tropical. No total, o empreendimento tem 320 unidades habitacionais de 45 metros quadrados cada. O projeto é da construtora Yticon.
NOVA ETAPA
O intuito do programa Casa Fácil Paraná – Valor de Entrada é viabilizar financiamentos acessíveis a famílias que se encaixam na faixa de renda determinada. Assim, na primeira fase do programa, foram construídas 32 mil moradias, com investimento de R$ 480 milhões.
Uma nova fase do programa foi divulgada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, com a previsão de construir até 40 mil habitações. O subsídio de entrada foi expandido, passando para R$ 20 mil, e a renda máxima das famílias também ampliou, podendo chegar a quatro salários mínimos. O Governo do Estado deve destinar R$ 800 milhões para viabilizar a construção das moradias.
Além do critério financeiro, para ter acesso à modalidade Valor de Entrada, os beneficiários não podem ter casa própria nem ter participado de outros programas habitacionais do Poder Público anteriormente. A aprovação do benefício está submetida à negociação das situações de compra com a construtora encarregada pela obra e à aprovação de crédito junto da Caixa Econômica Federal.
PESQUISA
Uma pesquisa realizada pela DataMarket Inteligência de Mercado e a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) aponta que 59% dos inquilinos desejam comprar imóvel nos próximos cinco anos.
Conforme um dos coordenadores da pesquisa, o professor doutor Vitor Nogami, a quantia de pessoas que gastam mais de R$ 3.000,00 com aluguel e condomínio subiu de 1% para 4%. “A gente identificou que as pessoas estão gastando mais por conta de vários fatores da indústria do setor imobiliário. Desses 59%, 14% apontaram que vão depender pouco ou nada de um financiamento. Já 44% apontaram que vão depender muito de um financiamento.”
Ele ainda analisa o que esses dados representam para o mercado. “Mostra o otimismo do maringaense, o fortalecimento da economia da cidade. A gente perguntou na nossa pesquisa qual era a expectativa do orçamento familiar para próximos anos e de 2021 para 2023 nós tivemos um aumento de 12 pontos percentuais no otimismo do maringaense em relação ao orçamento familiar. Agora, em 2023, 53% dos maringaenses disseram que acreditam que vão aumentar um pouco o seu orçamento para os próximos dois anos. Já 20% acham que vão aumentar bastante, ou seja, são 73% de maringaenses que estão otimistas para ter um rendimento maior nos próximos dois anos. Isso implica em investimentos em várias áreas, gastos em compras, e-commerce, viagem, uma troca de produtos mais baratos por produtos com maior valor agregado no mercado e também a troca do aluguel pela casa própria”, diz.
A pesquisa foi ampla e atingiu vários segmentos. Com isso, ouviu mais de 1.200 maringaenses, com o objetivo de mapear o perfil do consumidor. A margem de erro é de 2,78%.
Maynara Guapo
Foto – Reprodução