Corre a bola, deita e rola, / salta de pé para pé; / quica, requica, rebola / no grito do povo – Olé!!!
Fui ver com o neto João Marcos o documentário “Paixão esquecida: a história do futebol profissional em Maringá”, primorosa produção do historiador e roteirista Miguel Fernando, com base em pesquisas do jornalista Antonio Roberto de Paula (fundador e diretor do Museu Esportivo Maringá) e do empresário e especialista em futebol Ortílio Carlos Vieira (o Tilinho) e com a colaboração de uma competente equipe técnica.
Vivemos momentos de forte emoção. O neto fascinado por ver como era fantástico o futebol aqui nos anos de ouro do velho Grêmio, o lendário “Galo do Norte”, especialmente nos anos 1960-1970). O vô empolgado pela oportunidade de reviver um tempo em que enormes multidões se reuniam no Willie Davids para torcer pelo nosso glorioso Alvinegro.
Enquanto iam rodando as imagens, imaginem o tamanho do meu orgulho por poder ir dizendo “esse jogo eu vi de perto, estava lá nas arquibancadas” – jogos que ficaram na memória da cidade como grandes marcos de uma era inesquecível: Grêmio X Rússia (com o famoso goleiro Yashin, o “Aranha Negra”), Grêmio X Viena, Grêmio X Santos (com direito a show de Pelé), os clássicos do Café (Maringá X Londrina), as conquistas de campeonatos.
Mais orgulhoso fiquei ainda por poder contar ao neto que conheci os nossos craques mais célebres: Edgar, Itamar, Roderley, Pinduca, Edson, Danúbio, Macário, Oliveirinha, Haroldo, Garoto, Chapadão, Leonel, Soca, Balthazar, Nilo (meu conterrâneo fidelense), Nilson, Zuring.
O filme foi lançado no dia 30 de agosto no Teatro Marista, com o auditório lotado. Durante a projeção, parecia que a gente estava vendo nas poltronas ao lado personagens que tiveram participação intensa na história do Galo: o prefeito João Paulino, o Dr. Toledo, os narradores Puca e Ferrari, o dirigente Navarro Mansur…
O pessoal que foi lá saiu curtindo um misto de saudade e alegria. Os mais idosos contando, cada um, alguma proeza especial dos craques mais badalados; os jovens dizendo que gostariam de ter vivido naquela época romântica e heroica.
Quem não pôde ir ao Marista assistir ao lançamento pode ver ainda a obra pelo Youtube. É um programa para todo maringaense fruir com singular prazer.
O documentário começa no comecinho de Maringá, anos 1940, revivendo as façanhas do velho SERM (glória da geração pioneira) e vem até as equipes que atualmente alegram a torcida local. Um belíssimo presente que ficaremos devendo ao Miguel, ao De Paula e a toda a eficiente equipe responsável por esse belo registro.
O futuro, desde já, agradece.
A. A. de Assis
Foto – Reprodução