Nos anos 60, era comum que os apresentadores de programas sertanejos, e lembro de alguns, anunciassem casamentos como ‘ o enlace matrimonial’.
Casamento é o ato de união entre duas pessoas, capazes e habilitadas, com legitimação civil, e ou religiosa, para constituição de família. Comunhão plena de vida, com direitos iguais para os cônjuges, obedecendo à regra constitucional segundo a qual os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelas duas pessoas.
Sob o aspecto religioso, e ou filosófico, do site Momento Espírita, adaptamos, seguinte texto:
‘Quando nos casamos começamos a erguer um templo sagrado no mundo, sobre duas colunas, guardando uma da outra distância segura, a distância do amor que acolhe e a distância do amor que liberta.
Se os pilares estiverem muito próximos, quase querendo ocupar o mesmo espaço, o templo se desequilibra sobre eles. Também se a distância for demasiado grande, o prédio racha bem ao meio.
Chamamos este templo de família. As colunas são os companheiros de jornada que sustentam esta edificação monumental. Se um deles relaxar demais, largará todo o peso da sustentação para o outro, sobrecarregando-o, colocando em risco os pilares, que se fragilizam.
E os filhos vêm habitar o templo? Quanta responsabilidade, mas também, geralmente, quanta alegria. O edifício fica mais belo, com cores que não possuía antes. O amor, quando se divide se torna maior. Não ficamos com menos amor em nosso estoque, por ter que dividi-lo entre cônjuge, filho, filha. Nosso amor cresce, amadurece, se modifica.
No casamento somos convidados a ser menos egoístas, e talvez esteja aí uma das suas grandes funções: combater o egoísmo avassalador, que ainda nos traz tantos problemas. Antes era eu, minhas coisas, meu dinheiro, minha vontade. Agora, dentro de um casamento, o nós ganha força: nossas coisas, nosso dinheiro, a sua e a minha vontade, e aprendemos a ceder, a compartilhar, para poder viver em harmonia.
É um laboratório intenso, diário, desafiador. Muitos não suportam e desistem antes da hora, e há os que a ‘morte os separa’. Alguns acham que ainda podem levar o mesmo estilo de vida que levavam enquanto solteiros – não querem amadurecer.
Porém, só temos a ganhar. A companhia de um amor que está ali, ao nosso lado, todos os dias, e depois, desses que chamamos de nossos filhos, é do que há de mais belo que se possa imaginar e viver.
Não é à toa que o casamento, a união permanente de dois seres, significa um avanço na evolução da Humanidade, pois representa o Espírito se aproximando da Lei do Amor, uma Lei Divina.
Da mesma forma que a monogamia é conquista preciosa da Humanidade, será conquista também a fidelidade, o respeito, o companheirismo, quando todos os casais puderem viver dessa forma.
Se nos casamos, mas nos casamos de verdade, na intimidade do coração, e não somente na superfície das convenções do mundo, aproximamo-nos do amai-vos uns aos outros , proposto pelo Mestre.
O momento do sim é inesquecível. Porém, ele precisa ser dito e vivido várias vezes durante muitos e muitos anos, e não apenas naquela comemoração feliz do passado dos dois.
Dizer sim, todos os dias, é aceitar o outro com suas dificuldades, com seus desafios, buscando construir ali o mais belo templo possível.
Num casal maduro cada um busca ser o melhor companheiro possível para o outro. Diminuem as expectativas e aumenta a doação. Diminui a cobrança e aumenta a compreensão. Sim, eu aceito você, do jeito que você é, e juntos iremos crescer em direção à perfeição.’
Esta é uma reflexão sobre as existências de dois jovens que, num 15 de setembro, se uniram em ‘enlace matrimonial’, e há 44 anos resistem juntos, com a felicidade possível nesse Planeta de provas e expiações, ampliando a família , dentro do princípio do ‘ crescei-vos e multiplicai-vos’, nem sempre possível para todos. Somos nós, mas podem ser, vós, eles…
Cresçamo-nos, enlaçados no amor, matrimonialmente, ou não.
Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução