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Demência digital: os desafios do excesso de telas na mente e no trabalho

Você já ouviu falar em demência digital? O termo é mencionado desde 2017 e refere-se aos efeitos negativos do uso abusivo de telas, como smartphones, tablets e computadores.

Esses dispositivos, que tanto amamos, podem facilitar nossa vida, mas também causar problemas à saúde mental e ao desempenho profissional.

A demência digital é um dos problemas que o mundo das telas pode trazer. É caracterizada por uma perda progressiva das funções cognitivas, como memória, atenção, concentração e raciocínio lógico. Estas habilidades são essenciais para o aprendizado, a criatividade e a produtividade no trabalho.

A “demência digital” não deve ser confundida com os tipos clínicos de demência, como o Alzheimer. O termo é mais uma metáfora para descrever os sintomas cognitivos e comportamentais surgidos devido ao uso exagerado da tecnologia.

Em nossa era digital, consumimos informações em uma taxa sem precedentes. A cada momento em que interagimos com nossos dispositivos, somos bombardeados por notificações e uma avalanche de informações. Tal prática sobrecarrega nosso cérebro, levando à sensação de esgotamento mental, reduzindo nossa capacidade de pensar com clareza, tomar decisões e reter informações.

Quem aí não vive se esquecendo das coisas? Você se propõe a fazer algo e, quando se dá conta, já não lembra o que ia fazer. Isso já aconteceu com você? Pois é… Pode ser um dos sintomas da demência digital.

Segundo o neurocientista Manfred Spitzer, autor do livro “Demência Digital”, o uso excessivo de telas pode causar alterações na estrutura e na função cerebral, semelhantes às observadas em pacientes com demência senil. Além disso, o uso de telas pode interferir na qualidade do sono, no humor, na autoestima e na capacidade de lidar com o estresse.

No mundo do trabalho, a demência digital também traz prejuízos. Pode afetar negativamente o desempenho dos trabalhadores e das empresas. Um estudo da Universidade de Londres mostrou que o uso constante de telas pode reduzir o quociente de inteligência (QI) em até 15 pontos. Outra pesquisa da Universidade da Califórnia revelou que a troca frequente de tarefas mediadas por telas pode diminuir a produtividade em até 40%.

Além disso, a demência digital pode comprometer a capacidade de inovação, colaboração e liderança dos profissionais, pois o uso abusivo de telas prejudica a criatividade, a comunicação, a empatia e a tomada de decisões. Essas competências são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho, especialmente na era da transformação digital.

Mas, como reduzir os efeitos da demência digital?

Estabelecer limites para o uso de telas, inclusive no ambiente profissional, evitando distrações desnecessárias e interrupções frequentes.
Desativar notificações não essenciais em smartphones e computadores. Isso reduz as constantes interrupções e o estado de alerta gerado por cada nova mensagem ou atualização.
Fazer pausas regulares durante o expediente de trabalho, aproveitando para alongar-se, hidratar-se e relaxar.
Atividades offline: Investir tempo em hobbies que não envolvam tecnologia, como leitura, música, jardinagem, caminhadas ou atividades artísticas.
Interagir com pessoas, colegas de trabalho, ou seja, estar em contato com elas presencialmente, trocando ideias e vivenciando a presença do outro.
A demência digital é um fenômeno que merece atenção. O uso consciente e equilibrado das telas pode trazer benefícios ao nosso dia a dia, principalmente no trabalho, mas o uso excessivo e inadequado pode causar prejuízos à saúde mental e ao desempenho profissional.

Por isso, é preciso buscar formas de usar a tecnologia a nosso favor, sem descuidar do nosso bem-estar.

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras |  Doutor em Educação

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