No mundo ideal, todo mundo seria feliz no trabalho. Uma paisagem corporativa repleta de sorrisos, pausas para café cheias de risadas genuínas e escritórios vibrando com a energia de equipes motivadas e apaixonadas pelo que fazem. Imagine se cada manhã, ao acordar, fosse recheada de entusiasmo pela jornada laboral que se inicia, e não pelo toque estridente do despertador que nos lembra das obrigações diárias.
Infelizmente, essa não é a realidade de todos. Para muitos, a rotina de trabalho é acompanhada por um sentimento de descontentamento, uma sensação de estar preso em um ciclo sem fim de tarefas que não trazem realização pessoal ou profissional. Muita gente trabalha, mas não curte o que está fazendo e tampouco o local onde trabalha.
O que leva tantos profissionais a essa desconexão com seu trabalho? Seriam as pressões da sociedade que nos impulsionam a escolher carreiras baseadas em estabilidade e remuneração, em detrimento de nossas verdadeiras paixões? Ou seria a própria estrutura e cultura das organizações, que frequentemente priorizam resultados em detrimento do bem-estar e da satisfação dos funcionários?
A verdade é que a insatisfação é uma realidade para muitos trabalhadores. Uma pesquisa realizada pelo aplicativo SurveyMonkey mostrou que 36,52% dos profissionais estão infelizes com o trabalho que realizam e 64,24% gostariam de fazer algo diferente do que fazem hoje para serem mais felizes.
Outra pesquisa, realizada pela GPTW Brasil em 2022, com dados de 1.400 empresas, revelou que 52% dos colaboradores brasileiros estão insatisfeitos com o seu trabalho. Os principais motivos de insatisfação foram: falta de reconhecimento, clima organizacional, salário.
Ou seja, a insatisfação laboral é uma realidade inegável. Mas entre estar insatisfeito e ter a chance de pedir as contas para trabalhar em outro lugar, existe uma distância enorme. Por isso, mesmo insatisfeitas, muitas pessoas lutam para seguir em seus empregos.
Se você é uma dessas pessoas, tenho hoje algumas dicas para você!
A primeira coisa a fazer é entender o que está causando sua insatisfação. É o ambiente? As funções? O salário? Uma vez que você entenda a raiz do problema, será mais fácil traçar um plano de ação.
Capacitação: Aproveite o momento para investir em si mesmo. Faça cursos, participe de workshops e busque qualificações em sua área. Isso não só pode lhe trazer satisfação pessoal, como também aumentar seu valor no mercado.
Networking: Construir e manter uma rede de contatos é essencial. Mesmo que o mercado pareça estar sem oportunidades, muitas vagas são preenchidas por indicações. Mantenha-se próximo de ex-colegas, participe de eventos em sua área e esteja presente em redes sociais profissionais.
Redefina seus objetivos: Talvez seja o momento de reconsiderar o que você realmente deseja em sua carreira. Algumas vezes, a insatisfação vem de estar seguindo um caminho que não está alinhado com seus objetivos e valores pessoais.
Busque projetos paralelos: Se a situação atual não lhe permite deixar o emprego, considere buscar projetos paralelos ou freelances que possam lhe trazer satisfação e uma renda extra. Esses projetos podem ser, no começo, apenas uma pequena renda, mas, aos poucos, você pode descobrir o potencial de alguma atividade paralela para, quem sabe, se tornar a principal.
E aqui um alerta: A insatisfação profissional pode levar ao esgotamento e problemas de saúde mental. Por isso, se está insatisfeito, busque atividades que lhe relaxem, considere terapia e mantenha uma rotina saudável.
Além disso, antes de sair da empresa, considere conversar com seus superiores sobre o que lhe incomoda. Talvez existam oportunidades de realocação, novos projetos ou até mesmo negociações salariais que possam ser feitas.
Por fim, lembre-se de que a situação atual é temporária. Se o mercado está difícil agora, saiba que ele pode melhorar. Mantenha-se atualizado, continue se qualificando e esteja preparado para quando as oportunidades surgirem.
Em resumo, a insatisfação no trabalho em um mercado apertado é, sem dúvida, um desafio. No entanto, com estratégia, paciência e foco no desenvolvimento pessoal e profissional, é possível não apenas atravessar esse momento, mas sair dele mais fortalecido e alinhado com seus objetivos de carreira.
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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