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Primos são parentes

Na década de 60 tivemos grande proximidade com primos de segundo grau, assim considerados os primos de nossos pais e que para nós eram primos, além dos primos diretos, filhos dos irmãos de nossos genitores.

      Primos segundo, primo terceiro, é comum dizermos, mas juridicamente não existe primo em segundo grau. Primos não seriam parentes, é o que nos explica  artigo do Jusbrasil, que resumimos:

Todo mundo tem um primo de segundo grau, certo? Errado. Sei que é difícil acreditar, mas primos de segundo grau simplesmente não existem. Os únicos parentes de segundo grau que você pode ter são seus irmãos, seus avós e seus netos.

Seus irmãos são seus parentes de segundo grau, mesmo que sejam filhos do mesmo pai e da mesma mãe que você.Seus pais e seus filhos são os seus parentes de primeiro grau. Já seus tios e sobrinhos são seus parentes de terceiro grau, não importa o quanto você os ame.

No Brasil, só são considerados como parentes na linha colateral (aqueles com os quais você tem um ancestral em comum, mas que não são seus ascendentes nem descendente) até o quarto grau (primos, tio-avô e sobrinho neto).

Já em linha reta, ou seja, as pessoas das quais você descende ou descendem de você, o parentesco não tem esse limite. E aquele primo de segundo grau então? O que é seu? Bom, ele pode ser filho do seu primo, ser filho dos seus tios-avós, ser seu amigo… Mas, ao menos aos olhos da lei brasileira, ele não é seu parente.’

Faço essa introdução para falar de um primo segundo, primo do meu pai, que considero primo, com quem convivi na infância e adolescência, Domingos Bomfim, para nós o Dominguinho, que está vivendo uma tragédia familiar e postou o seguinte texto, que  resumo, com adaptações:

‘ De repente tiros e gritos.Vidas ceifadas,  com requintes de crueldade. Mal sabiam os assassinos que ali estavam médicos, profissionais que  foram ao Rio de Janeiro em busca conhecimentos de novas técnicas cirúrgicas de pé e tornozelo.

 Sonhos interrompidos, projetos não concluídos. Uma das vítimas é nosso filho, Diego Bomfim, que alvejado por muitos disparos de arma grosso calibre, sem qualquer chance de defesa, teve uma carreira  de profissional competente, justo e solidário, interrompida.

 Com essa tragédia foram dilacerados os corações de uma família, que agora sofre com a perda de uma pessoa tão querida, carinhosa, bondosa, brincalhão, inteligente, que se preocupava muito com a saúde dos pais, irmãs e de pacientes  dos quais cuidava.

 Agradecemos, de coração, todas as mensagens de carinho e solidariedade e que estiveram presentes  na cerimônia de despedida de nosso Filho, das mais emocionantes em toda a minha vida, com a presença de centenas de pessoas, que o conheciam e amavam.

 Daqui para frente só  com as orações nossas e  daqueles que nos conhecem, será possível amenizar a dor e o vazio que permanece em nossos corações.

 Também queremos nos solidarizar com as famílias dos outros médicos que foram vítimas de brutais assassinatos, para que tenham o conforto de Deus neste momento tão difícil de nossas vidas. Que Deus abençoe e proteja todos as pessoas de bem.’

 Dominguinho: Eu poderia dizer que sei o que estão passando, mas só quem passa por situação assim pode dizer. Considerando-o meu primo segundo, o Diego, que não conheci na atual existência, é meu primo terceiro.

Note que eu disse, é meu primo, porque não morreu, continua existindo, jamais o chamemos de ‘finado’. Os assassinos mataram o corpo físico, o veículo de manifestação da Alma, o Espírito, que os pais registraram como Diego, que vive, agora no Mundo Espiritual.

Sintam uma ‘saudade saudável’, sem desespero pela  ausência física, às vezes em dúvida, se  dói mais a ausência da presença, ou a presença da ausência’.

Força, fé, aceitação, a vida continua. Vocês poderão se abraçar muitas vezes, pois o intercâmbio entre os planos físico e espiritual é  constante, mesmo sem percebermos.

Primos são parentes, mesmo distantes. Você é nosso parente, Diego.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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