Funcionários de uma comunidade terapêutica do Noroeste do Paraná são acusados de praticar violência contra os internos, tendo inclusive espancado um que havia fugido da unidade.
O Ministério Público investiga as denúncias de violência contra internos da comunidade terapêutica de Iporã, na região de Umuarama, desde 2022. Oito funcionários se juntaram para cometer crimes de cárcere privado, internações involuntárias e sequestro de pacientes. O caso mais grave ocorreu em novembro, quando um paciente que tinha sido internado contra a sua vontade decidiu fugir e foi caçado como um animal. Ao ser localizado, foi algemado e violentamente agredido, inclusive com chutes na cabeça. Os acusados já foram denunciados pelo Ministério Público, e alguns respondem processo em liberdade, mas usando tornozeleira eletrônica.
O MP afirma que outros funcionários e a própria direção da unidade nada fizeram para impedir nem esse e nem os casos anteriores de violência contra os pacientes da chamada “Casa de Recuperação”. De acordo com a Promotoria, entre maio de 2022 e novembro de 2023, os acusados se juntaram para cometer crimes contra os pacientes lá internados.
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“O que se verificou é que a instituição não ostentava características hospitalares, mas de estabelecimento destinado à detenção forçada, contando com severo esquema de segurança, câmeras, concertinas, grades, correntes, cadeados”, afirma o MP, acrescentando que “os pacientes também eram, conforme a denúncia, dopados forçadamente”.
O Ministério Público pediu a interdição da unidade terapêutica, mas a juíza Reinert Lang ainda não interditou, apenas proibiu novas internações. Ela determinou que a unidade deverá cumprir uma série de obrigações para poder regularizar a situação. A Prefeitura de Iporã informou que não mantém convênio com a entidade denunciada.
Redação JP
Foto – Ilustração