Você já se perguntou por que nos sentimos mal quando estamos sozinhos por muito tempo ou quando nos sentimos rejeitados pelos outros? Por que a proximidade com outras pessoas é tão importante para a nossa saúde emocional?
Essas questões nos levam a refletir sobre o papel dos relacionamentos em nossas vidas e como eles afetam nossa saúde mental. E o tema me parece muito importante para esta época do ano. Afinal, estamos na véspera do Natal e este é um tempo propício para aprofundar as conexões, aparar as arestas, perdoar e pedir perdão a fim de se (re)aproximar de pessoas especiais que podem estar distantes.
Daniel Goleman, com base em seus estudos, nos alerta para a importância dos relacionamentos em nossa vida: “Quando nossa necessidade de proximidade não é suprida, podem surgir transtornos emocionais.”
Segundo Goleman, os sentimentos de inclusão não dependem tanto da frequência de contatos sociais ou de relacionamentos numerosos, mas sobretudo da aceitação. Ou seja, mesmo que convivamos com poucas pessoas, se tivermos com elas verdadeira conexão, nossa necessidade emocional será suprida.
O autor enfatiza que, embora não seja consciente, existe uma espécie de mecanismo, um sistema, em cada um de nós, que se mantém alerta à ameaça de abandono, separação ou rejeição. Por isso, sofremos até mesmo quando um grupinho de colegas de trabalho nos exclui das conversas.
Nossos relacionamentos interpessoais e familiares são fundamentais para nossa saúde emocional. E não precisamos de conexão social apenas em nossa casa, com a família e amigos.
A conexão social também deve estar presente nas empresas. E, por isso, precisa ser considerada e proporcionada pelas empresas. Um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor promove a saúde mental dos colaboradores, aumentando a produtividade e a satisfação no trabalho. Quando não há conexão entre as pessoas no trabalho, por mais que a remuneração seja vantajosa, o profissional se sente insatisfeito. Motivo? Os relacionamentos importam.
O psicólogo Abraham Maslow, conhecido por seu estudo que identificou a hierarquia das necessidades humanas, coloca o desejo de pertencimento e amor como uma das principais necessidades humanas. Ao satisfazer essa necessidade, as pessoas se sentem mais motivadas e realizadas em suas vidas.
Então, como podemos nos sentir mais incluídos e promover a inclusão em nossas vidas?
Primeiro, é importante estabelecer relacionamentos significativos e saudáveis com as pessoas ao nosso redor, buscando empatia e compreensão mútua.
Mas a gente também deve buscar, intencionalmente, nos conectar com as pessoas. Não dá para esperar que as pessoas venham até nós; precisamos criar situações em que estamos próximos uns dos outros – e presencialmente. Podemos fazer isso nos engajando em atividades sociais e grupos que compartilham nossos interesses e valores – a igreja, por exemplo, é um espaço propício para isso.
Enfim, a necessidade de proximidade e bons relacionamentos é crucial para nossa saúde emocional. Sem conexão social, corremos o risco de sofrer com depressão social, ansiedade e outros transtornos emocionais. Portanto, investir em relacionamentos interpessoais, familiares e ambientes profissionais inclusivos e acolhedores assegura nosso bem-estar emocional.
Bons relacionamentos e conexão social é investimento em si mesmo(a). Sei que tem gente que acha que, para cuidar da saúde emocional, é preciso se afastar das pessoas. É verdade que algumas pessoas podem nos fazer mal. Porém, quando Deus nos criou, Ele viu que não deveríamos viver isolados, sozinhos. Então, se ninguém parece se encaixar nas suas expectativas, talvez o problema não sejam as pessoas; sejam suas idealizações dos relacionamentos.
E a ciência já confirmou: para uma boa saúde emocional, precisamos nutrir e valorizar nossos relacionamentos interpessoais, familiares e profissionais – inclusive valorizando a diversidade, o contato com pessoas diferentes de nós.
Lembre-se: a solidão é uma sombra fria, mas o calor humano dos relacionamentos nos envolve com luz e amor. Busque, valorize e nutra esses laços – são eles que dão sentido e cor à nossa jornada.–
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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