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De muitos carnavais

Uma postagem do  amigo Walter Prado, adaptando e reproduzindo texto de Leda Salm de Melo, inspirou-me a uma reflexão sobre desde quando e quanto conheço a mim mesmo,  e fazer o leitor pensar sobre. Eis a postagem:

‘Há multidões em mim.Na mesa de minha alma sentam-se muitos, e eu sou todos eles.Há um velho, uma criança, um sábio, um tolo. Você nunca saberá com quem está sentado ou quanto tempo permanecerá com cada um de mim.

Mas prometo que, se nos sentarmos à mesa, nesse ritual sagrado eu lhe entregarei ao menos um dos tantos que sou, e correrei os riscos de estarmos juntos no mesmo plano.

Desde logo, evite ilusões: também tenho um lado mau, ruim, que tento manter preso e que quando se solta me envergonha. Não sou santo, nem exemplo, infelizmente. Entre tantos, um dia me descubro, um dia serei eu mesmo, definitivamente. Como já foi dito: ouse conquistar a ti mesmo.’

Há uma frase antiga: ‘ te conheço de outros carnavais’, que significa conhecer a pessoa há muitos anos, e devemos nos  conhecer mais do que  ninguém, desde sempre. Mas será que nos conhecemos mesmo?

Nas questões 919 e 919-a, de O Livro dos Espíritos, obra da codificação espírita, Santo Agostinho, em Espírito, respondeu que o meio   para nos melhorarmos nessa vida é, como disse um sábio da antiguidade: ‘ Conhece-te a ti mesmo’,  e recomendou-nos:

‘ Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia passava em revista o que havia feito, questionando se tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que me conheci e soube o que necessitava de reforma.

Quem se lembrar de todas as suas ações do dia, questionando o que fez de bem ou de mal, orando adquirirá uma grande força para se aperfeiçoar, porque, acreditai-me, Deus o assistirá.

 Formulai, portanto, as vossas perguntas, indagai o que fizestes e com que fito agistes em determinada circunstância, se fizestes alguma coisa que censuraríeis nos outros, se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar.As respostas serão motivo de repouso para vossa consciência ou indicarão um mal que deve ser curado.O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do melhoramento individual.

 Mas como julgar a si mesmo? Não se terá a ilusão do amor-próprio, que atenua as faltas e as torna desculpáveis? O avaro se julga simplesmente econômico e previdente, o orgulhoso se considera tão somente cheio de dignidade. Tudo isso é muito certo, mas tendes um meio de controle que não vos pode enganar.

 Quando estais indecisos quanto ao valor de uma de vossas ações, perguntai como a qualificaríeis se tivesse sido praticada por outra pessoa. Se a censurardes em outros, ela não poderia ser mais legítima para vós, porque nas leis dividas não se usa de duas medidas para a justiça.

 Procurai também saber o que pensam os outros, não desprezando a opinião dos  inimigos, porque eles não disfarçam a  verdade e geralmente Deus os colocou ao vosso lado como um espelho, para vos advertirem com mais franqueza do que o faria um amigo.

 Formulai perguntas claras, não temendo multiplica-las. Pode-se dedicar  alguns minutos à conquista da felicidade eterna, como fazem para  juntar o que vos dê repouso na velhice.

 Sei que muitos dizem que o presente é positivo e o futuro incerto. Ora, aí está, precisamente, o pensamento que fomos encarregados de destruir em vossas mentes, pois desejamos fazer-vos compreender esse futuro para que nenhuma dúvida reste em vossa alma.

 Foi por isso que chamamos primeiro a vossa atenção para os fenômenos da Natureza que vos tocam os sentidos e depois vos demos instruções que cada um de vós tem o dever de difundir. Foi com esse propósito que ditamos O Livro dos Espíritos.’Leia aqui https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/2/o-livro-dos-espiritos.

E concluo, (Akino) dizendo que me conheço de muitos carnavais. E Santo Agostinho, com outros Espíritos Superiores, ajudam-me no esforço para chegar à perfeição, que está muito  longe, ainda.

Akino Maringá, colaborador

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