A Secretaria de Saúde de Maringá recebeu dois drones doados pela Receita Federal (RF). Os equipamentos serão utilizados no trabalho de prevenção contra a dengue, em casos de imóveis que estão fechados ou abandonados e os agentes de saúde não conseguem entrar para fazer a vistoria.
Conforme a secretária de Saúde, Karina Rissardo, “é um reforço muito importante para o nosso trabalho. Infelizmente, é comum encontramos casas fechadas e com vários focos de dengue. Dependíamos das denúncias dos vizinhos e da parceria com outros órgãos para localizar esses focos. Agora, temos nosso próprio equipamento para o trabalho”.
Os drones foram entregues pela Receita Federal no começo de abril. As documentações já estão em andamento na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os agentes de saúde também farão um curso para aprender a pilotar os drones.
Os drones são dos modelos DJI Air25 e o DJI Mini 3 Pro. O valor total dos equipamentos estimado pela RF é por volta de R$ 11,3 mil. No documento entregue pela Receita Federal consta que os equipamentos devem “atender ao interesse público ou social.” Também é de responsabilidade da Prefeitura de Maringá homologar os equipamentos na Anatel e providenciar a autorização para operação na Anac.
De acordo com o gerente de Zoonoses da Secretaria de Saúde, Eduardo Alcântara, os equipamentos têm uma ótima qualidade, tanto pela funcionabilidade como pelo resultado das fotografias e vídeos.
OPERAÇÃO
No final do mês passado foram realizadas operações integradas com as secretarias de Saúde, de Limpeza Urbana, o Instituto Ambiental de Maringá, a Guarda Civil Municipal e a Polícia Civil em quatro residências que estavam fechadas e tinham focos de dengue, como em piscinas e recipientes no quintal. Em todas as ações foram utilizados drones dos parceiros. As equipes eliminaram os focos de dengue e os proprietários foram multados.
Quem verificar algum imóvel com foco de dengue, pode comunicar pelo telefone 156 ou no site da prefeitura pela Ouvidoria Online.
INFECÇÕES
Quase 4 bilhões de pessoas em todo o mundo estão sob risco de infecções transmitidas por mosquitos do tipo Aedes, seja o Aedes aegypi ou o Aedes albopictus, que juntos respondem por doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. O alerta é da líder da equipe sobre arbovírus da Organização Mundial da Saúde (OMS), Diana Rojas Alvarez.
Ao participar por videoconferência de encontro na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Brasília, Diana revelou que a estimativa é que essa quantia de 4 bilhões cresça em mais 1 bilhão no decorrer das próximas décadas, especialmente, devido fatores como o aquecimento global e a adaptação do Aedes a grandes altitudes. O mosquito de acordo com ela já pode ser encontrado, por exemplo, em montanhas do Nepal e da Colômbia, além de países da região andina.
A OMS monitora ativamente surtos e epidemias de dengue em pelo menos 23 países, sendo 17 nas Américas, incluindo o Brasil.
Conforme Diana, os casos da doença subiram frequentemente durante as últimas quatro décadas. No ano passado, contudo, houve o que ela chamou de aumento muito significativo tanto de casos como de mortes pela doença.
“Um novo recorde”, disse, ao citar mais de 6 milhões de casos reportados e mais de 7 mil mortes por dengue em 80 países.
Da Redação
Foto – Reprodução