Início Maringá Projeto da UEM promove cultivo de alimentos para pessoas em recuperação

Projeto da UEM promove cultivo de alimentos para pessoas em recuperação

Responsabilidade social, sustentabilidade e segurança alimentar são aliados em um projeto de extensão da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Vinculada ao Departamento de Agronomia, a atitude mantém hortas comunitárias em casas de recuperação que atendem pessoas em situação de rua ou em tratamento da dependência de substâncias químicas no distrito de Iguatemi, na zona rural de Maringá.

O projeto tem o apoio do Governo do Estado por meio do Fundo Paraná, uma dotação orçamentária para o estímulo científico, administrada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). As atividades são desenvolvidas como extensão universitária, na área do programa Universidade Sem Fronteiras (USF), considerado uma política pública de estado, com amparo Lei n.º 16.643/2010.

As produções de hortaliças são perto da Fazenda Experimental da UEM, em comunidades terapêuticas como o Projeto Vida e o Recanto Mundo Jovem. Na Casa de Acolhida Coração Imaculado existe criações de suínos, ovinos e aves. Todas as culturas são mantidas com o trabalho voluntário de aproximadamente 80 internos das casas de recuperação, que enxergam no projeto uma oportunidade de aprendizado, trabalho e ressocialização.

Com a coordenação do professor José Gilberto Catunda Sales, uma equipe de estudantes de graduação e profissionais formados pela UEM é responsável pela implantação e o suporte técnico às hortas e às criações de animais. Os estudantes participantes recebem bolsas de extensão universitária.

Segundo o diretor-geral da Seti, Jamil Abdanur Júnior, a extensão universitária tem papel primordial na integração da universidade com a sociedade. “Esses projetos trazem retorno social e posicionam a ciência e a universidade a serviço das pessoas. Visitar iniciativas como essa é importante, pois conseguimos verificar, in loco, que os recursos estão sendo, de fato, bem investidos e trazendo resultados significativos para a sociedade”, diz.

Esse projeto de extensão da UEM ocorre desde 2018, voltado para a ressocialização de pessoas em recuperação. A atitude já passou por formatos variados e envolveu outras organizações de Maringá.

PRODUÇÃO ALIMENTAR 

As hortas comunitárias abastecem as cozinhas das próprias casas de recuperação e o excedente é comercializado com estabelecimentos da região, como modo de geração de renda aos participantes. Há cultivos de alface, repolho, brócolis, couve, acelga, chuchu, abobrinha, salsinha, cebolinha, manjericão e outros. Já o manejo de animais envolve as criações de coelhos, ovelhas, patos e porcos. Livre de agrotóxicos, a produção garante a segurança alimentar dos internos e agrega conhecimento prático à formação dos universitários.

O professor Gilberto Catunda Sales revela que o principal intuito é o impacto social. “Os internos observam que as plantas cultivadas por eles mesmos na horta agora estão produzindo e isso é prazeroso para as pessoas que estão em recuperação, pois é uma forma de laborterapia voluntária”, salienta. “Se conseguirmos passar o senso de responsabilidade social para os estudantes, tenho certeza que eles viverão em uma sociedade mais solidária e comprometida com o futuro.”

Da Redação
Foto – Reprodução

COMPARTILHE: