Você já passou por um momento realmente difícil na vida? Acho que sim, né? Vez ou outra, os problemas arrombam a porta da nossa casa e se instalam no meio da sala. O que nos resta é lidar com os problemas e enfrentá-los.
Mas estes momentos difíceis são também reveladores. Já reparou que nessas ocasiões descobrimos com quem podemos contar e com quem não dá para contar?
A vida, em suas dificuldades, nos oferece uma espécie de peneira que separa aqueles que estão verdadeiramente ao nosso lado daqueles que não estão.
Tem gente que te anima, te motiva, te acolhe, te defende, que luta por você e luta com você. Por outro lado, tem gente que se afasta, critica, te culpa pelo que você está passando e tem gente que tira os olhos de você, deixa de te ver como uma pessoa e passa a te ver também como um problema.
Isso tudo vem à tona nos momentos de dificuldade.
Mas o que fazer com essas descobertas? Como lidar com quem não esteve presente?
Em primeiro lugar, é essencial reconhecer a diferença entre quem te motiva, acolhe e anima e quem não está presente de maneira significativa.
Pessoas que nos apoiam nos momentos mais sombrios demonstram um tipo de lealdade que deve ser valorizada. Essas são as pessoas que realmente se importam com nossa jornada e que nos ajudam a seguir em frente, mesmo quando o caminho é árduo. E, vale dizer, que algumas dessas pessoas nem sempre serão as mais queridas, mais amáveis, ou as de melhor reputação – porém, ainda assim, são leais e estão dispostas a lutar com você e por você.
Por outro lado, não devemos descartar ou desconsiderar aqueles que não estiveram tão presentes. Nem todos têm a capacidade ou a disposição de oferecer o suporte emocional que necessitamos em tempos de crise.
Tem gente que não possui maturidade suficiente para te abraçar e te apoiar. Tem gente inclusive que se preocupa com a própria posição, com o lugar que ocupam e, para não se desgastarem, preferem não se envolver.
Isso não significa que essas pessoas não podem ser colegas ou conhecidos valiosos em outras circunstâncias. É importante reconhecer que diferentes relacionamentos servem a diferentes propósitos em nossas vidas.
Guardar mágoa de quem não nos apoiou é um fardo desnecessário.
Shakespeare, com sua sabedoria poética, afirmou que “guardar ressentimento é como beber veneno e esperar que a outra pessoa morra”. Perdoar e seguir em frente é a atitude correta. O perdão não é um ato de fraqueza, mas de força. Ele nos libera do peso da mágoa e nos permite focar em quem realmente importa.
Mas quero deixar para você alguns últimos recados.
Primeiro, valorize as pessoas que te apoiam. Mostre sua gratidão e esteja presente para elas quando precisarem. Fortaleça esses laços que se mostraram verdadeiros e construa uma rede de apoio sólida e confiável.
Para aqueles que não estiveram tão presentes, mantenha o coleguismo e não alimente ressentimentos. Cada pessoa tem suas próprias limitações e razões. O importante é seguir em frente sem o peso da mágoa e estar aberto para construir novas e valiosas conexões. Além disso, o mundo gira e quem não esteve por perto hoje, pode estar amanhã. Então nunca feche portas.
Pegou a ideia?
Lembre-se: os momentos difíceis revelam quem realmente está ao nosso lado, nos ajudando a distinguir entre as relações superficiais e as profundas.
Valorize os verdadeiros amigos, perdoe quem não pôde estar presente e continue a construir sua rede de apoio.–
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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