As pessoas ficam confortáveis em falar com você? Dias atrás, estava lendo o livro “Honestidade radical”, da escritora americana Manda Carpenter. O livro foi publicado no Brasil pela editora Mundo Cristão.
Num dos capítulos, a escritora questiona: “Como é interagir comigo?”. Ela faz essa provocação porque se trata de uma pergunta extremamente importante e que necessita de uma resposta honesta. Ela ressalta que “É preciso um bocado de coragem para fazer essa pergunta”.
Mas Manda Carpenter continua: “O que deixo por onde passo com minhas ações e conversas? Como meu cônjuge, meus filhos, meus colegas de trabalho ou de faculdade se sentem depois de interagir comigo?”.”Deixo as pessoas e as situações em melhor condição do que as encontrei? Que caminho estou cultivando?”
Enquanto lia os questionamentos listados no livro “Honestidade radical, o caminho para a cura da alma”, lembrei de um texto que escrevi anos atrás: como as pessoas se sentem quando estão comigo? Sou um bom parceiro? Uma boa companhia?
Sabe, raramente fazemos uma leitura crítica a respeito de nós mesmos. E, quando fazemos, poucas vezes somos totalmente honestos.
Geralmente, avaliamos que nossas relações são difíceis por causa dos outros. Na nossa cabeça, o problema é o outro. O outro é difícil. O outro é complicado. O outro não me entende. O outro não sabe como me sinto. O outro não me respeita. Mas e eu?
Será que o outro se sente bem ao interagir comigo? Eu sou uma pessoa agradável? Sou uma pessoa fácil de lidar? Será que a outra pessoa se sente à vontade para ser honesta comigo? Será que a outra pessoa pensa dez vezes antes de me contar uma coisa?
Eu confesso que me preocupo com isso. Eu sou um bocado metódico, questionador… Preciso de certa organização e lógica em todas as minhas ações. Isto às vezes emerge nas minhas interações e tenho a impressão que incomoda outras pessoas. Por isso, me cobro para ser mais leve.
E é isso, gente: ser mais leve.
Às vezes, de fora, as pessoas olham para nós e sabem que somos pessoas corretas, leais, que procuram ser justas, altruístas… Mas ainda assim, não se sentem confortáveis conosco. Falta leveza.
A interação é pesada, difícil. Às vezes, marcada por ironias, sarcasmo, críticas, comentários negativos, previsões destrutivas… Faltam palavras de incentivo, falta acolhimento, falta escuta atenta, falta carinho, falta bom humor.
E sabe o que é pior? Quando somos assim, o problema acontece primeiro dentro da nossa casa, com as pessoas que amamos. O marido evita interagir com a esposa porque sabe que vai se desgastar… A esposa evita o marido, porque o diálogo é ruim. Os filhos não contam nada aos pais, porque sabem que serão interrompidos, recriminados, avaliados.
E isso transborda para outras relações. Note, uma das coisas que mais se demanda no mundo do trabalho hoje é o trabalho em equipe, também se fala muito sobre a importância das soft skills (habilidades comportamentais). Por quê? Porque precisamos de pessoas que saibam interagir com as outras de forma saudável, produtiva.
Entenda: a qualidade das nossas interações não tem a ver apenas com o outro, também tem a ver com a maneira como reagimos ao outro. E não esqueça: quando é fácil interagir com você, constrói uma imagem positiva, causa uma boa impressão, você alegra, conforta, anima a outra pessoa. Você torna melhor os dias de outras pessoas, você ilumina a vida delas. Tem coisa mais importante do que isso?
Pegou a ideia?
Portanto, reflita: como é interagir com você?
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Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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