Você sabia que, frequentemente, somos o nosso maior inimigo? Eu gosto muito de uma frase do Augusto Cury, escritor e pesquisador da mente. Ele diz: “Você pode ter vários inimigos na sociedade, mas saiba que seus piores e mais vorazes inimigos podem ser as ideias e as imagens mentais produzidas clandestinamente em sua mente e não administradas pelo seu eu”.
Podemos ter inimigos – pessoas que não gostam de nós, ou que querem nos prejudicar, tomar nosso lugar etc. Porém, as ideias e as imagens mentais que são produzidas em nosso cérebro podem ser os inimigos mais perigosos; nossos pensamentos podem nos sabotar, limitar, impedir que tenhamos uma vida plena.
A mente humana é um campo complexo; pensamentos e imagens se formam continuamente e podem construir a nossa vitória ou a nossa derrota. Tudo depende de como gerenciamos a nossa mente.
Augusto Cury nos alerta para o perigo das ideias e imagens mentais não administradas; elas podem se tornar inimigos vorazes, causando danos profundos à nossa saúde mental e bem-estar.
A super campeã de ginástica Simone Biles, nas Olimpíadas de Paris, foi um grande exemplo da importância de cuidar da nossa mente. Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, era a favorita nas Olimpíadas. Entretanto, cometeu erros que não cometeria em condições normais. E ela abandonou a competição. E fez isso porque a mente dela não estava bem. Por sinal, recomendo o documentário que a Netflix produziu com a Simone. Está disponível no streaming.
Em Paris, recuperada, ela voltou a brilhar. Disputando provas com a brasileira Rebeca Andrade, a americana deu um espetáculo de habilidade, talento e graça. Nas provas, conquistou três medalhas de ouro e uma de prata. Depois de cuidar da saúde mental, Simone Biles voltou a ganhar confiança e se tornou a maior vencedora da ginástica em todos os tempos.
Ideias e imagens mentais não administradas podem minar nossa autoconfiança, aumentar nossa ansiedade e nos levar a estados de desespero e depressão. Quando deixamos que pensamentos negativos e autodestrutivos dominem nossa mente, permitimos que eles moldem nossa percepção da realidade e limitem nosso potencial.
Esta produção clandestina de ideias e imagens mentais, citada por Augusto Cury, se refere àquelas que surgem do nada, de forma inconsciente e sem controle algum. Elas geralmente surgem impulsionadas por medos, traumas e inseguranças não resolvidos. Esses pensamentos podem se tornar automáticos e repetitivos, criando um ciclo vicioso que é difícil quebrar.
Administrar esses pensamentos requer um esforço consciente e contínuo. Uma das estratégias mais eficazes é a prática da atenção plena. Ao desenvolver a capacidade de observar nossos pensamentos, podemos identificar aqueles pensamentos que são prejudiciais e tomar medidas para desativá-los.
O que podemos fazer?
Existem algumas técnicas de reestruturação cognitiva. Todas envolvem desafiar e substituir pensamentos negativos e distorcidos por pensamentos mais realistas e positivos. Ou seja, quando surge um pensamento destrutivo em nossa mente, devemos questionar: será que é assim mesmo? Até que ponto isto é verdade?
Ao fazer isto, ao conversar com você mesmo estabelecendo referências realistas, mostra para você mesmo a sua capacidade e valor. Neste contexto, deve se lembrar de todas as situações que já superou. Além disso, procure ser gentil e compreensivo consigo mesmo. Critique-se menos; perdoe-se (afinal, você não vai acertar sempre).
Mais duas dicas: cuide do seu ambiente e das pessoas com quem você convive. Às vezes, estamos rodeados de pessoas que reforçam nossos pensamentos negativos. Por fim, não hesite em buscar ajuda profissional se sentir que precisa.
Lembre-se: administrar seus pensamentos não é uma tarefa fácil. Mas você também não precisa ser o seu maior inimigo. A vida tem desafios demais. Não deixe que as ideias e imagens distorcidas que surgem em sua mente te diminuam e roubem sua paz.–
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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