Está só que cresce o número de pessoas que compareceram à Delegacia de Estelionato de Maringá para denunciar a empresa que, de acordo com a Polícia, organizava ventos em esquema de pirâmide.
A Delegacia de Estelionato de Maringá continua recebendo consumidores que foram lesados por uma empresa de eventos da cidade. O número de boletins de ocorrências passou de 300 em três dias. De acordo com o delegado Fernando Garbelini, a empresa operava com um esquema de pirâmide e atraia grande número de clientes interessados em organizar festas, principalmente de casamento e formatura. As supostas vítimas fechavam os contratos, seduzidas por preços que consideravam convidativos, pagavam uma parte adiantada e ficavam esperando o momento de realização da festa.
Em Maringá e região, muita gente ficou a ver navios com a enxurrada de cancelamentos às vésperas das cerimônias, como ocorreu com vários casais que só receberam a notícia do cancelamento da suas festas, 24 horas antes do evento agendado. Quando a notícia de que seria calote se espalhou, a empresa já tinha fechado as portas e seus diretores, desaparecido de Maringá. Nas redes sociais, informaram que tinham deixado a cidade por causa de ameaças que vinham recebendo.
O caso começou a ser investigado pela Delegacia de Estelionato e desde a abertura do inquérito há poucas semanas o delegado Fernando Garbelini não parou mais de receber denúncias. Até a última quinta-feira, passava de 300 o número de queixas registradas. Os cálculos feitos quando estava em 100 o número de BOs era de R$ 3 milhões em prejuízos. Como passou de 300 o número de reclamantes, estima-se o triplo desse valor . “Essa empresa, até o certo momento, prestou o serviço de forma regular. Pelo valor que eles cobravam, a gente estima que eles trabalharam num esquema semelhante ao esquema de pirâmide. Talvez tenham recebido de algumas pessoas realizado os eventos, custeando esses eventos com o dinheiro que estava entrando, já sabendo que não prestariam esses serviços. Até porque o valor que eles cobravam, pelo histórico de levantamento que a gente fez aqui, dos custos, não seria suficiente nem para custear o evento. Quem dirá, essa empresa ter lucro com isso”, explicou o delegado.
Diante do ocorrido, o delegado Garbelini orienta que “além de pesquisar a reputação da empresa de evento, o interessado deve evitar empresas que trabalham nessa forma de intermediários, porque eles arrecadam todo o dinheiro e prometem que vão pagar esses fornecedores. E você está confiando todo o seu dinheiro, tudo que você guardou, para uma pessoa que está prometendo que vai pagar outras pessoas, e você não tem essa segurança”.
O delegado esclarece ainda que em relação aos pagamentos com cartão de crédito, há uma possibilidade de devolução a partir de uma análise caso a caso entre banco e cliente. Disse ele: “Existe um procedimento que se chama chargeback, que é feito com o banco. É uma manifestação que você faz para o banco, informando que houve um problema durante a execução do contrato e isso vai ser analisado pelo banco. A polícia não consegue interferir nisso daí. Mas a nossa orientação é que façam registro e boletim de ocorrência e façam essa contestação perante o banco”, finalizou o delegado.
Redação JP
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