Nós, os filhos de dona Judith Lopes Martins, aprendemos desde de criança a nos referirmos à ela como mamãe, e com o passar do tempo, quando falávamos diretamente, o tratamento passou a ser mãe, mas para terceiros continuamos a referência de mamãe, ou minha mãe.
Particularmente, aprendi com a doutrina espírita que devemos usar mais a primeira pessoa do plural e menos a do singular, para exercitar a humildade, e neste sentindo, considerando que mamãe é a mãe de mais oito irmãos, refiro-me a ela como nossa mãe, seguindo o exemplo do Mestre que disse: ‘Pai Nosso’.
Aos irmãos peço licença para falar que ela tem importância fundamental na minha atual existência, e a palavra fundamental deve ser entendida no verdadeiro sentido de que: serve de fundamento, de alicerce, que tem caráter essencial e determinante, básico, indispensável, e permito-me, de maneira quase possessiva ,chamá-la de minha mãe, reproduzindo um verso de uma música , sucesso de Rick e Renner: ‘Mãe, me dá teu colo, mãe;
(…), se existo, devo a ti meu respirar; Mãe, tão puro amor de mãe
Que às vezes não me vêm palavras pra expressar’.
‘Devo a ti meu respirar’, eis uma verdade. ‘Os pulmões são os últimos órgãos a se tornarem maduros e autossuficientes para a vida extrauterina. Eles vão funcionar somente após o nascimento quando o bebê tiver seu primeiro contato com o oxigênio do ambiente externo. Dentro do útero não há oxigênio e os pulmões são como esponjas secas e duras. O oxigênio chega ao bebê, por meio da placenta. Esse órgão vascularizado é formado logo no início de gestação, unindo o feto às paredes do útero, sendo responsável por levar nutrientes e o oxigênio e descartar dióxido de carbono e resíduos nitrogenados produzidos pelo organismo. A placenta exerce, ao mesmo tempo, a função de pulmão e intestino do pequeno’.( fonte https://blog.cordvida.com.br)
Só por aceitar os encargos de ajudar, em parceria com papai, na formação do corpo que me serve de veículo de manifestação na presente encarnação, participando do todo o processo, durante nove meses, e depois acalentar, alimentar, cuidar nos primeiros anos, dando-me colo e ensinando e amparando-me nos primeiro passos, até minha independência, minha mãe deve ser reconhecida como de importância fundamental na minha atual existência, repito.
Mas não foi só isso. Quando conclui o curso primário, numa escola rural do bairro KM 28, Alfredo Marcondes- SP e papai queria que continuasse os estudos, ela o contrariou e sem consultá-lo, matriculou-me no exame de admissão, que era uma espécie de vestibular para o ginasial. Após a conclusão do curso, empenhou-se para que eu viesse para Mandaguaçu- PR, morar com avós e tios, e concluir do curso de técnico em contabilidade que me deu condições de conseguir aprovação em concurso do Banco do Brasil, onde fiz minha carreira profissional.
No último dia 15 de agosto, mamãe retornou ao Mundo Espiritual. Alguns diriam que ela ‘nos deixou’, mas discordo. A mãe não deixa seus filhos. O que aconteceu foi que o seu corpo físico, desgastado pelos 95 anos de existência, não suportou mais, e à Alma não restou alternativa, a não ser voltar à pátria espiritual, a verdadeira morada de todos nós.
Complemento a homenagem a mamãe, que eu poderia dizer que é a melhor mãe do mundo, mas como uma amiga disse que essa afirmação seria fake, publicada por muitos, pois a melhor mãe do mundo é a dela, repito que mamãe é ‘a mãe’, a quem dirijo algumas palavras em forma de oração:
‘Deus, que a tua misericórdia se derrame sobre a alma de nossa Mãe, Judith. Bons Espíritos que a viestes receber, dai-lhe luz e a consciência de si mesmo, saindo da perturbação inerente à passagem da vida corpórea para a vida espiritual.
Mãe, deixastes o corpo físico, sujeito a vicissitudes , e conservaste o corpo espiritual, imperecível e inacessível aos sofrimentos.’
Que se adapte rapidamente, à nova morada. Gratidão por tudo. Até logo mais.
Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução