Este tema surgiu a partir de uma frase de nossa mãe, Judith, que nos últimos anos, aproximando-se do fim da existência física, ocorrido no último dia 15, dizia: ‘Meu querido filho Valcir, o primeiro da família dos ‘ir’.
Ela, dos 09 filhos, escolheu os nomes de 08 com sufixo ir: Valcir, Zadir, Neusair, Altair, Dinair, Clair, Alzenir, e Vandecir. No quinto filho, nosso pai, Dorisvaldo, bateu o pé e escolheu o nome dele. Consta que nossa mãe, ainda tentou convencê-lo a registrá-lo como Dorisvaldir, mas não teve jeito.
Nunca soubemos ao certo o motivo de sua fixação pelo sufixo ir, que como prefixo significa andar, caminhar, seguir e como sufixo, propriamente dito, é usado na formação de verbos da terceira conjugação e indica ação, estado ou processo. Mamãe não estudou formalmente, teve apenas 08 meses de aulas particulares, em casa mesmo, mas tinha uma cultura surpreendente. Falava o português corretamente, e talvez quisesse, intuitivamente, que todos os filhos andassem, caminhassem, agissem na vida, sempre ‘prá frente’, embora sem conhecer de numerologia ou estudos da influência dos nomes em nossas vidas, como muitos acreditam.
Voltando ao título, acreditamos, com base nas escrituras sagradas, o novo testamento, sobretudo no Evangelho Segundo Espiritismo, que a humanidade constitui uma grande família, de mais de 20 bilhões de Espíritos, sendo cerca de 8 bilhões atualmente encarnados na Terra. Criaturas do mesmo Criador, a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, Deus. Se preferimos somos todos filhos do Pai nosso que está céu, como disse Jesus, quando nos ensinou a oração dominical , isto é, oração do Senhor.
Sobre famílias encarnadas, consta no livro de gêneses que Deus criou Adão e depois, da costela deste, Eva. Tiveram dois filhos, Caim e Abel, que constituiriam a primeira família de humanos na terra. Caim teria matado Abel. Dessa família derivariam todas as demais, o que não parece racional, considerando os costumes dos tempos atuais, mas aqui não cabe discutir e devemos respeitar a crença dos que levam a pé da letra os textos da bíblia.
Analisando a família constituída por Papai e Mamãe, que chamamos de família Martins, o sobrenome de nosso genitor, conclui-se na verdade não existem famílias específicas, mas sim núcleos familiares e explico:
Nossos país tinham suas próprias famílias, as da Silva Martins, Martins Oliveira, por parte de pai, ou Bomfim Lopes, ou da Silva Lopes, por parte de mãe. Tiveram 09 filhos e todos constituíram, o que seriam outras famílias, ao mesmo tempo que continuavam pertencendo à da família Martins, então devemos concluir que o mais correto é definirmos como diversos núcleos familiares, que formam a maior.
Mas qual seria o objeto da família ou núcleo familiar, como queiramos? Da redação do Momento Espírita encontramos um texto, que assim resumimos:
Se Deus, que é o Criador de todas as coisas, criou a necessidade da vida em família, é porque ela tem uma finalidade importante para o progresso do Espírito. Vamos encontrar a resposta para essa questão, nos ensinamentos do maior Sábio de todos os tempos, Jesus, que recomendou que devemos amar o próximo como a nós mesmos.
Assim, a família é essa escola onde podemos aprender a amar umas poucas pessoas para um dia amar a Humanidade inteira.
Deus, que é a Inteligência Suprema, sabe que no estágio evolutivo em que se encontra, o homem é incapaz de amar todos os seres humanos como a si mesmo.
Por essa razão Ele distribui as pessoas nessas pequenas escolas chamadas lares, para que aprendam o amor ao próximo mais próximo. É assim que em nossas múltiplas existências vamos aprendendo o amor, nas suas diversas facetas: amor de mãe para filho, de filho para mãe, de irmão para irmão, de avô para neto, de neto para avô, de tio para sobrinho, de sobrinho para tio, de esposo para esposa e assim por diante.
Seja em família, famílias ou núcleo familiar, aprendamos a amar ao próximo.
Akino Maringá, colaborador
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