Além da supressão da liberdade o ginecologista Felipe Sá Pereira, acusado de abusar de pacientes em seu consultório em Maringá, teve cassado pela justiça o seu registro profissional.
Felipe Sá foi denunciado por dezenas de mulheres de abuso sexual durante consultas ginecológicas em sua clínica particular. O médico, que fazia lives nas redes sociais para falar sobre mulheres e questões relacionadas à ginecologia, foi denunciado por 38 pacientes e investigado pela Delegacia da Mulher de Maringá, que constatou em 2023 que os abusos começaram em 2017. O procedimento se repetia com todas as vítimas: o médico criava um ambiente agradável em que a paciente se sentisse à vontade e segura. Era uma tática para conquistar a confiança. A partir daí começavam os abusos.
Entre os casos denunciados estava no processo o de uma psicóloga. Ela relatou em depoimento que ouviu do ginecologista e obstetra insinuações de cunho sexual enquanto se consultava. O médico teria dito que estava excitado durante a consulta e sugeriu que a paciente fizesse sexo oral nele. Felipe Sá foi preso em junho do ano passado e ficou na prisão até dezembro, quando a Justiça lhe concedeu o direito de aguardar julgamento em liberdade.
O ginecologista foi condenado 13 vezes pelo crime de violação sexual mediante fraude. A pena total dada ao médico foi de 35 anos, um mês e nove dias em regime fechado. Conforme a decisão, Felipe Sá deverá pagar uma indenização de danos morais no valor de R$ 15 mil para cada uma das vítimas que compuseram o inquérito policial. Somadas, as multas chegam a R$ 570 mil. Em nota, a defesa do médico disse que está analisando a sentença, mas afirmou que vai recorrer da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Paraná.
Redação JP
Foto – O Maringá