Na Roma antiga havia um magistrado conhecido como “edil” (ou “edil curul”), cuja função era inspecionar e garantir o bom estado e funcionamento de edifícios (latim: aedificium) e de outras obras e serviços públicos ou de interesse comum, como as ruas, o tráfego, o abastecimento de gêneros e de água, etc.. além de, entre outras tarefas, fiscalizar os pesos e medidas no comércio e organizar jogos e outros divertimentos para o povo.
O edil era também conhecido como “vereador”, palavra derivada de “verear”, de onde temos também “vereda” (caminho, rua). O vereador era um servidor que vereava, ou seja, caminhava pelas ruas verificando se tudo estava em ordem.
Nas democracias modernas, vereador (ou edil) é o legislador mais próximo do povo, o defensor que está sempre ao lado dos seus vizinhos, partilhando com estes os problemas da rua, do bairro, da associação comunitária etc.
A ele cabe não apenas propor, votar e zelar pelo fiel cumprimento das leis municipais, mas também fiscalizar as ações do poder Executivo e a este encaminhar queixas e reivindicações dos seus representados.
Em Maringá, felizmente, temos tido bons vereadores desde a primeira Câmara – aquele inesquecível grupo pioneirão que inaugurou a nossa municipalidade ao lado do primeiro prefeito. Desde então muita história rolou, porém foram raríssimos os casos de edis que de algum modo deslustraram o nosso Legislativo.
Como aqui cheguei em janeiro de 1955, tive a honrosa oportunidade de conhecer todos os nossos primeiros políticos. Na eleição de 1956, quando foi escolhido o segundo prefeito, já participei como eleitor.
Agora, com 91 anos, dou graças a Deus por estar ainda em condição de ajudar a eleger os novos administradores e legisladores do município. Pena que só me permitem votar em um candidato para a prefeitura e somente em um para a Câmara.
Se pudesse, votaria em todos eles. Tenho uma admiração muito grande pelas pessoas que sinceramente se colocam à disposição do povo para a prestação de serviços públicos. Sei que entre eles há alguns que pensam mais em seus interesses pessoais do que nas causas justas da comunidade. Mas assim mesmo creio que todos mereçam aplauso. O simples fato de terem coragem de enfrentar uma campanha eleitoral já é suficiente para torná-los dignos de especial respeito.
A. A. de Assis
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