Ontem, o governador Ratinho Junior inaugurou o Hospital da Criança Irmã Calista de Maringá. A nova instalação de 24,2 mil metros quadrados recebeu R$ 124,2 milhões da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para a construção, com o restante vindo de recursos da União, do município e da Organização Mundial da Família. O investimento total foi de R$ 181,8 milhões.
Durante a cerimônia, Ratinho Junior destacou que o novo hospital se une a outros centros especializados no atendimento pediátrico do Estado, como o Pequeno Príncipe e o Erastinho, em Curitiba, e o Waldemar Monastier, em Campo Largo. “Estamos inaugurando um dos maiores complexos hospitalares infanto-juvenis do Brasil, uma obra gigante, com os melhores equipamentos disponíveis para fazer esse atendimento e, acima de tudo, um sonho de Maringá e do Paraná. Ele vai atender, além de Maringá, quase 200 cidades paranaenses, ampliando o atendimento especializado de nossas crianças, já que se junta a importantes complexos pediátricos do Paraná”, ressaltou o governador. “Tanto a parte física e estrutural deste hospital, como o volume de equipamentos de alta tecnologia vão dar uma tranquilidade para os pais e mães quando seus filhos precisarem de algum tipo de atendimento.”
Além do valor destinado à construção, a Sesa repassará R$ 72 milhões, ao longo dos próximos dois anos para a manutenção da unidade, distribuídos em parcelas de R$ 1,5 milhão. O hospital será referência para 4 milhões de pessoas e 115 cidades da macrorregião Noroeste, oferecendo serviços de média e alta complexidade para crianças e adolescentes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O recurso estadual será incorporado ao teto financeiro de média e alta complexidade do SUS em Maringá, que também contribuirá com R$ 1,5 milhão mensais. A gestão do hospital foi concedida pela Prefeitura de Maringá à Liga Álvaro Bahia contra Mortalidade Infantil, uma entidade filantrópica que já é responsável pela administração do Hospital Martagão Gesteira em Salvador, o maior hospital pediátrico do Norte e Nordeste do Brasil.
A Sesa está negociando com o Ministério da Saúde para o repasse de recursos federais para custeio. Por lei, 60% da capacidade deve ser destinada de forma obrigatória ao SUS, porém, logo no início da gestão todas as vagas serão pela rede pública de saúde, e só na sequência entram os atendimentos particulares e por convênio.
PRIMEIRA FASE
A unidade deve começar a atender já nesta semana, sendo na primeira fase com 61 leitos de internação, três salas de cirurgia e 23 consultórios. A estimativa é de que sejam feitas mensalmente mais de 2,7 mil consultas, 900 atendimentos no pronto-socorro e quase 300 internações. Depois de seis meses será a segunda etapa, com abertura de 10 leitos de UTI e início dos atendimentos oncológicos. O hospital deve funcionar com capacidade plena em até quatro anos.
A prioridade de atendimentos será para a oncologia pediátrica, cardiologia e cirurgias cardiovasculares pediátricas, neurologia e neurocirurgia pediátrica, ortopedia pediátrica, transplantes e doenças raras, além de outras especialidades que serão contratualizadas.
ESTRUTURA
O Hospital da Criança de Maringá tem 24,2 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 88,6 mil metros quadrados. São 13 blocos conectados por um grande corredor central, onde funcionarão 40 leitos de UTI nas alas pediátrica e neonatal, 148 leitos de enfermaria, centro cirúrgico, hospital-dia, centro de especialidades, duas recepções, laboratório, centro de imagens e uma ala de ensino e pesquisa.
A unidade tem um ambulatório com 28 consultórios, Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico (SADT), centro de estudos, setor para quimioterapia e terapia renal substitutiva, além de vasta área de apoio.
O local tem o nome de Irmã Maria Calista, freira alemã que se mudou para o Brasil em 1956. Formada como enfermeira obstétrica, atuou por mais de 50 anos na Santa Casa de Misericórdia de Maringá, ficando conhecida no município por ter ajudado muitas mães a trazer os filhos ao mundo. Irmã Maria Calista completaria 100 anos em 2024. Ela faleceu em julho de 2013, vítima de um infarto.
Da Redação
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