A educação aparece dentre as prioridades, com promessas, pelos candidatos, de construção de prédios escolares, sem informações sobre de onde virão os recursos e se há limites orçamentários para a contratação de pessoal com justa remuneração.
Para solucionar esses problemas , alguns municípios já entenderam que é, no caso de creches, vantajoso o que se chama de compra de vagas, junto a escolas particulares, sem necessidade de construção de prédios e não comprometimento do limite prudencial com a folha de pagamento, medida que sofre resistências de entidades sindicais.
É inegável a importância da educação, mas difícil chegar-se ao modelo ideal, para a parte que é tarefa dos pais e não de professores. Sobre o tema, para nossa reflexão, vejamos um texto da redação do Momento Espírita:
‘Depois que as experiências demonstraram que o método do autoritarismo, aplicado na educação, está ultrapassado e, também, se mostrou ineficiente, optou-se por outro método menos eficaz e até mais danoso: o da liberdade sem responsabilidade.
Considerada por alguns como prejudicial ao desenvolvimento sadio da criança, a palavra não foi banida do vocabulário de muitos pais, que amargam profundamente a total falta de controle sobre a prole.
Sem examinar a questão com mais cuidado, a filosofia do tudo pode foi aceita, desconsiderando a necessidade de se estabelecer limites para que haja harmonia dentro do lar.Depois de perder o controle da situação, muitos apelaram para outro método desastroso: o da barganha.
Impotentes diante da teimosia dos filhos, criados sem as normas básicas de disciplina, os pais se perderam nos labirintos das compensações, em que tudo é negociado.Se é hora de ir para a cama e o filho não obedece, a mãe lança mão de algum motivo para a negociata: Se for dormir a mamãe deixa você jogar aquela fita de “game” violenta, de que tanto gosta.Nesse caso, bastaria que a mãe, consciente da sua missão de educadora, tomasse seu filho pela mão e o conduzisse com carinho e firmeza para a cama.
Ou, ainda, se é hora do banho e o anjinho faz corpo mole, a mãe logo faz outro trato, esquecendo-se de que quanto mais se negocia com a criança, mais ela exigirá para cumprir sua obrigação.
Considerando-se que a educação é a arte de formar caracteres, temos de convir que a barganha somente servirá para deformar o caráter dos nossos educandos.Ademais, se levarmos em conta que nossos filhos são Espíritos encarnados, que vêm do espaço para progredir, trazendo em si mesmos as experiências de existências anteriores, boas ou não, entenderemos que nossa grande missão é lhes conhecer a intimidade e ajudá-los a caminhar para Deus.
Nossos filhos são seres inteligentes, que não aceitam somente um não como resposta. Eles merecem e precisam de uma explicação coerente. Não falamos de justificativas, mas de diálogo.Se existe um horário para dormir, se é preciso tomar banho, se não podemos comprar este ou aquele brinquedo, a criança tem o direito de saber porquê.
Dizendo, por exemplo, que não compramos o brinquedo que ela tanto queria porque o orçamento não comporta, ela entenderá, ao passo que se dissermos um não somente, ficará revoltada, pensando que não compramos por má vontade.Tudo isso requer muito investimento, que não quer dizer perda de tempo, como muitos afirmam. É um investimento de tempo, paciência, afeto e carinho. A tarefa não é tão difícil e certamente é mais eficaz.
Em exortação de Santo Agostinho colhemos as palavras de orientação aos pais: Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?Se por culpa vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso.’
Lembremos que a educação pela inverdade não dá bons resultados. Jamais usemos frases como: Deus não gosta de criança que faz arte. Papai do céu não gosta de menino malvado.’
Caracteres é caráter no plural.
Akino Maringá, colaborador
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