Cris Lauer pode perder mandato e se tornar inelegível nesta eleição; vereadora é acusada de improbidade administrativa
Os vereadores foram convocados para dar o veredito final no processo que investiga a prática de atos incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar da vereadora Cris Lauer, que pode ter seu mandato cassado hoje durante a sessão de julgamento, às 14 horas, na Câmara Municipal de Maringá. A denúncia foi realizada pelo Partido dos Trabalhadores e investigada pelas comissões do Legislativo.
A vereadora corre o risco de terminar sua gestão nesta terça-feira e depende dos votos de todos os vereadores, alguns já declarados a favor da cassação e outros que estavam indecisos e já inclinam a votar pela perda do mandato de Cris Lauer, que confessou o “crime” durante uma conversa com seu ex-chefe de gabinete. A prova irrefutável pode servir para a votação unânime dos vereadores com base na legislação e não à prática do corporativismo político.
O presidente da Câmara, Mário Hossokawa explica que o processo deve ser finalizado seguindo e que cumprindo o regimento interno e que convocou todos os vereadores para submeter ao plenário o relatório aprovado no Conselho de Ética, que estabelece a realização de uma sessão especial para o julgamento até a data 7 de outubro. Passado esse prazo o relatório seria automaticamente arquivado.
“Se houve demora na tramitação foi porque a defesa da vereadora usou de inúmeros subterfúgios para atrasar o andamento do processo. Ela está me acusando de perseguição porque foi intimada para comparecer na sessão especial na avenida Brasil. O caso é que todos os vereadores foram procurados no sábado para serem intimados, já que a intimação precisa ser feita pessoalmente com 24 horas de antecedência e nessa época é difícil encontrar pessoalmente os vereadores”, disse Hossokawa.
ENTENDA O CASO
A representação contra a vereadora foi feita pelo PT que protocolou a denúncia na Câmara e menciona uma decisão do juiz Mário Augusto Matias Perroni sobre um inquérito civil do MPPR contra a vereadora Cristianne Costa Lauer e seu ex-chefe de gabinete, Bruno Gimenes Di Lascio. As investigações revelaram que Di Lascio já atuava como seu advogado particular e continuou a defendendo em diversos processos após ser contratado como chefe de gabinete, deixando de receber honorários advocatícios para receber apenas seu salário de gabinete, o que foi considerado irregular pelo Ministério Público.
A conversa entre a vereadora e seu assessor, em um áudio vazado, comprova as acusações contra Lauer. No áudio, ela confessa ter contratado seu advogado particular para trabalhar em seu gabinete, e receber o salário (dinheiro público) como pagamento por defendê-la em diversos processos.
O MP concluiu que a vereadora cometeu improbidade administrativa ao utilizar um servidor público para fins particulares. O promotor de Justiça Leonardo da Silva Vilhena pediu como condenação a perda de seu mandato de vereadora e perda de direitos políticos por até 14 anos, além da devolução de valores corrigidos aos cofres públicos, baseada na Lei 8.429/92.
Redação
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