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A cidadania não termina quando você confirma seu voto

Domingo, 6 de outubro. Dia de eleições. Dia de escolher os próximos prefeitos e vereadores nos mais diferentes municípios brasileiros.

O ato de votar, sem dúvida, é um momento decisivo e fundamental para o exercício da cidadania. Mas quero chamar sua atenção para algo fundamental: a cidadania não termina quando você confirma seu voto.

Na verdade, o voto é apenas o começo do trabalho que temos como cidadãos. A verdadeira vigilância começa agora. Thomas Jefferson disse certa vez que “O preço da liberdade é a eterna vigilância”.

Quando falamos em participação cidadã, a primeira coisa que nos vem à mente é o ato de votar. Votamos para eleger prefeitos e vereadores, e isso, claro, é uma parte vital da democracia. Mas o “trabalho” do cidadão responsável vai muito além do voto. A democracia exige atenção constante, reflexão contínua e uma atitude ativa durante todo o mandato dos eleitos.

Os candidatos que vamos eleger – tanto o prefeito quanto os vereadores – serão os responsáveis por decisões que vão afetar diretamente o nosso dia a dia pelos próximos quatro anos. Mas a pergunta é: você vai acompanhar o que eles vão fazer? Vai cobrar, vai fiscalizar? Porque, se não fizermos isso, deixamos um espaço aberto para que decisões erradas passem sem a devida resistência. E a palavra aqui é esta: resistência! A cidadania também se pratica na resistência diante daquilo que não concordamos.

Vamos pensar, por exemplo, na Câmara de Vereadores. Muitas pessoas pensam que os vereadores têm um papel limitado, que eles discutem questões menores, como dar nome a ruas ou aprovar pequenas resoluções. Mas isso está longe da verdade. Na Câmara, são votados projetos que afetam diretamente a saúde pública, a educação, o transporte e o desenvolvimento da cidade. Se o prefeito quiser aprovar um financiamento milionário para uma obra, por exemplo, quem vai autorizar esse financiamento são os vereadores. E você, cidadão, deve estar atento a essas movimentações. Caso avalie que determinada obra não é necessária ou que o investimento está sendo exagerado, você pode e deve se manifestar.

Acompanhando de perto o trabalho da Câmara, você pode pressionar os vereadores a votarem contra ou a favor de um projeto, com base no que você acredita ser o melhor para a sua cidade. Essa participação ativa, ao longo dos quatro anos, é fundamental. Não podemos delegar a nossa responsabilidade completamente aos eleitos. A política é uma construção coletiva e o papel do eleitor vai muito além das urnas.

Outro ponto importante que precisamos abordar é o ativismo nas redes sociais. Vivemos em tempos de intensa mobilização digital. É comum vermos pessoas postando críticas ou apoiando políticos no Facebook, Instagram, Tik Tok… E isso é legítimo! No entanto, temos que ter consciência de que o ativismo digital, por si só, não resolve os problemas da cidade. Para que ele tenha um impacto real, é necessário que as discussões nas redes sejam feitas com responsabilidade e com uma boa fundamentação.

Publicações pouco embasadas ou agressivas não ajudam na construção de um debate saudável. Mais do que fazer barulho online, o cidadão precisa estar bem informado e, principalmente, agir de maneira coerente com o que publica.

Portanto, quando o resultado das eleições sair, daqui a algumas horas ou ao final do dia,  lembre-se: o trabalho não termina hoje. Na verdade, ele está apenas começando. Sua responsabilidade como cidadão continua amanhã, na próxima semana, e por todos os dias dos próximos quatro anos.

Seja um cidadão ativo. Acompanhe, participe, fiscalize. O poder do voto é grande, mas o poder da cidadania ativa e contínua é maior ainda.

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras |  Doutor em Educação

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