Mais um processo eleitoral municipal findo para muitos, em andamento para alguns, de alegria para uns, após muita tensão, e de tristeza e decepção, raiva, quase depressão, sobretudo frustração, para a grande maioria dos corajosos, ambiciosos, desapegados, desejosos de servir, ou servir-se, que ousaram candidatar-se, especialmente ao cargo de vereador.
A busca do poder para poder é a reflexão que queremos fazer. Poder trabalhar pela comunidade, pelos mais carentes, ou poder ter uma ocupação bem remunerada, com status, sem prejuízo de continuar com as suas atividades profissionais, ou abonar tudo para se dedicar exclusivamente a serviço dos contribuintes, os seus patrões, que pagarão a conta. Ou, ainda, buscar simplesmente um emprego e tentar mantê-lo até uma aposentadoria, fazendo da política uma profissão.
Há quem diga que o poder seja uma ilusão. Reflitamos, a partir do texto de José Lucas, publicado na Revista O Consolador, que adaptamos:
‘ Na obra “O Livro dos Espíritos”, uma das cinco que formam o Espiritismo, o codificador, fez perguntas e os Espíritos Superiores deram respostas, através de médiuns confiáveis, construindo a base da Doutrina Espírita, uma filosofia de vida, que não é mais uma religião ou seita. Sobre felicidade na Terra, os bons Espíritos esclareceram que é possuir o necessário para viver, consciência tranquila e fé no futuro.
Desde há 2 mil anos que Jesus de Nazaré deixou a nós um roteiro de paz e felicidade: “Não fazer ao próximo o que não desejaríamos que nos fizessem” e fazer tudo o que desejaríamos que fizessem a nós. Pode parecer inconcebível, mas, depois de tanto tempo , o ser humano, apesar da imensa evolução tecnológica, mantém os padrões ético-morais similares desde sempre: o egoísmo como a grande chaga da Humanidade.
Na ilusão do poder, ainda se escraviza, explora-se, engana-se, mata-se, invade-se territórios de outros países, esquecendo-se de que, minutos depois, pode estar fora do corpo de carne, pelo fenômeno natural da morte física.
Na ilusão do poder, busca-se amealhar para si tesouros sem fim, sem que os possa fruir, pois a vida é demasiado curta para os milhões conseguidos. Políticos dilapidam o suor do povo, esbanjando o dinheiro dos impostos, abrindo portas para dolorosas expiações em vidas futuras.
Pelo poder ilusório, China, Rússia e outros países almejam aumentar a sua zona de influência, esquecendo-se de que estamos todos na Terra sem podermos sair daqui definitivamente. Pela mesma razão EUA, a maior potência nuclear e bélica do mundo, dá-se ao luxo de se autoproclamar polícia do Planeta, bombardeando aqui, invadindo acolá, para repentinamente demonstrar toda a sua impotência perante furacão Harvey, de categoria 4, que devastou o Texas e outros locais do seu território, e agora o ‘Milton’, ameaçando grande destruição.
A Doutrina Espírita, nas suas vertentes científica, filosófica e moral, demonstra experimentalmente, ao Homem, a imortalidade, a reencarnação e a lei de Causa e Efeito. A existência de Deus, imortalidade e comunicabilidade dos Espíritos, reencarnação e pluralidade dos mundos habitados, são seus princípios básicos.
O seu estudo, entendimento e vivência, traz ao Homem consequências de ordem moral, levando-o a verificar que o racismo, xenofobia, diferença de gênero, diferença social, poluição da Natureza são paradigmas ultrapassados, e que o verdadeiro poder é o poder interior, o poder do Amor, da serenidade, do entendimento, da compreensão, da aceitação mútua, do bem-estar interior. Relembrando Jesus de Nazaré, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Relembrando Gandhi, não há um caminho para a paz, a Paz é o caminho.
E concluímos, lembrando aos eleitos que o poder político é para poder trabalhar pelos contribuintes. Servir e não servir-se. Vereador que não fiscaliza, pratica o pecado da omissão. Se for conivente com erros, será errado tanto quanto. E aí, na próxima encarnação…
Akino Maringá, colaborador