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Investir em ARTE?

Responda rápido: Se você fosse presidente dos Estados Unidos em plena Grande Depressão, com 60% de queda nas exportações, 50% dos bancos públicos quebrados e o desemprego atingindo 25% da população, você combateria a situação investindo em… ARTE?

Pois é, foi exatamente o que fez o presidente Franklin Roosevelt em 1933. Seu plano de governo New Deal incluía, além de medidas para estimular a economia, um extenso programa de incentivo a diferentes modalidades de arte. O Federal Art Project contratou cerca de 10 mil artistas, promoveu centenas de exposições pelo país e ofereceu à população cursos gratuitos de desenho, pintura, teatro, música e oficina de livros infantis. Entre 1933 e 1937, os artistas comissionados, como pintores, escultores e artistas gráficos, produziram cerca de 108 mil pinturas e 17 mil esculturas. de a arte ainda era pouco valorizada. Para nós que vivemos por aqui, passamos por crises, corrupção em várias áreas sendo sempre assunto do momento, depois veio uma pandemia, chega a soar incompreensível que, em uma situação econômica desastrosa e catastrófica, um presidente decida investir parte da já limitada verba pública em algo aparentemente supérfluo e não prioritário, não é mesmo?

O presidente Roosevelt pensava diferente. Ele sabia que, em períodos difíceis, tão importante quanto estimular a economia é cuidar do moral do povo. Ou seja, gente deprimida, angustiada e desmotivada não contribuem ativamente para a reconstrução de um país. A palavra CRISE vem do grego krisis, que significa mudança, pausa, reflexão, depuração. Assim, num momento em que as pessoas revêem prioridades, valores, escolhas. É como uma peneira onde você faz a seleção do bom e do que não é bom. Assim, chega à conclusão de que quem é bom fica e quem não é cai fora.

Nesta seleção, num momento cinzento da vida, a ARTE entretém, proporciona um colorido e alivia a dura realidade. É uma forma de lazer. Um com escape , ora divertido, ora reflexivo, ora estimulante. Esse projeto do presidente Roosevelt permitiu que cidadãos comuns tivessem acesso a trabalhos artísticos originais pela primeira vez, o que, até então era privilégio dos mais abastados.

Foi o que aconteceu e veja como isso contribuiu no reforço do famoso SONHO AMERICANO. E o povo lidou melhor com o momento difícil, sentimentos desagradáveis, pois os artistas captaram as mudanças que aconteciam ao redor, como desemprego, êxodo rural, urbanização, industrialização… Ao ver sua realidade e suas emoções retratadas nas telas, a população pôde lidar melhor com sentimentos como angústia, medo, insegurança e ansiedade. Em alguns casos conseguiu até exorciza-los. A ARTE LAVA DA ALMA A POEIRA DA VIDA COTIDIANA, como disse Pablo Picasso.

E assim as pessoas ficam mais criativas, se inspiram no caos para vencer as limitações e FAZER MAIS COM MENOS. Já ouviu falar aquele ditado que diz que mais aprende é quem apanha? Há estudos que indicam que o contato com as artes visuais aumenta a criatividade e a empatia do público em geral e ao mesmo tempo reduz o estresse.

Os reflexos dessa gestão revelou grandes artistas e preparou o caminho para que os Estados Unidos se tornassem o centro mundial da arte nas décadas seguintes. Não à toa, Roosevelt sempre é lembrado como um dos três melhores presidentes da história de seu país.

Logicamente que dentro de todo esse contexto, também existiram ações de mercado e economia, mas ficou o legado da arte. Então já sabe, fechou o tempo? Olhe a arte com outros olhos e se tiver um tempo livre, avalie o que está fazendo apenas atolado ao trabalho.

Pense nisso, um forte abraço e esteja com Deus!

  • Gilclér Regina palestrante de sucesso, escritor com vários livros, CDs e DVDs que já venderam milhões de cópias e exemplares no Brasil, América, Ásia e Europa. Clientes como General Motors, Basf, Bayer, Banco do Brasil, Grupo Silvio Santos, entre outros…  compram suas palestras. Experiências no Japão, Portugal, Estados Unidos, entre outros países… 5000 palestras realizadas no país e exterior. Atualmente no top 10 dos livros mais vendidos no ranking do Google.
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