Casamento, que nas décadas de 50 e 60 era chamado, romanticamente, pelos locutores de rádio de programas sertanejos, de ‘ enlace matrimonial, talvez seja a mais antigas das instituições.
Quais os objetivos do casamento? Sim, porque algum objetivo o Criador deve ter para fazer da união de dois seres uma lei da natureza, lemos em texto do Momento Espírita, que prossegue:
‘Seria só a perpetuação da espécie humana.? Na verdade, o casamento marca grande progresso na marcha evolutiva da Humanidade. E, por quê? Porque Deus visa não somente a procriação, mas também a evolução moral dos seres. É assim que o casamento se constitui numa excelente oportunidade de crescimento para aqueles que sabem aproveitá-la bem.
Quando duas pessoas resolvem, de comum acordo, viver sob o mesmo teto, desde logo terão chances de melhoria individual. E a primeira delas é vencer o egoísmo. Sim, porque o que antes era meu, agora passa a ser nosso.
Antes de casar, era o meu quarto, o meu carro, o meu aparelho de som, o meu… o meu… No primeiro dia de convivência mútua, deverá ser o nosso quarto, o nosso carro, o nosso aparelho de som, e assim por diante.
Com o passar dos dias os pares vão se conhecendo melhor, e percebem que o outro não era bem aquilo que parecia ser. Bem, nosso par tem algumas manias que desaprovamos, e que só notamos graças à convivência diária. Eis uma ótima oportunidade para aprender a dialogar e resolver conflitos como gente grande.
Há casos de pessoas que optam por não se casar, assumindo, declaradamente seu egoísmo. Com certeza irão responder perante a própria consciência e a Consciência Cósmica pela decisão tomada. Considerando que nem todos nascem com o compromisso de se casar, obviamente estamos falando daqueles que tinham assumido esse compromisso, antes de renascer.
Aquele que se casa e promete conviver bem com seu par e com os filhos que Deus lhes envia, mas abandona o barco ao menor indício de tempestade, certamente será responsável pelos destinos daqueles que abandona à própria sorte. Isso será, fatalmente, sementeira de amargura num futuro próximo ou distante, cuja colheita será obrigatória.
Por todas essas razões, vale a pena pensar ou repensar os nobres objetivos que a Divina Sabedoria estabeleceu com a união de dois seres. Vale a pena refletir sobre o que queremos para nós. Refletir sobre as forças internas que devem nos elevar acima dessa miséria moral chamada egoísmo.’
Seria o casamento indissolúvel? No livro o Evangelho Segundo Espiritismo há um capítulo intitulado divórcio, no qual encontramos:
O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina.
Se fosse contrário a essa lei, a própria Igreja seria obrigada a considerar prevaricadores aqueles de seus chefes que, por autoridade própria e em nome da religião, hão imposto o divórcio em mais de uma ocasião. E dupla seria aí a prevaricação, porque, nesses casos, o divórcio há objetivado unicamente interesses materiais e não a satisfação da lei de amor.
Mas, nem mesmo Jesus consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres”? Isso significa que, já ao tempo de Moisés, não sendo a afeição mútua a única determinante do casamento, a separação podia tornar-se necessária.