Maringá, uma das cidades que mais cresce no Estado, é um exemplo claro de como o desenvolvimento urbano pode conviver com a preservação do passado. O contraste entre novos empreendimentos modernos e construções antigas, muitas delas com características das primeiras décadas de urbanização da Cidade, é uma marca da paisagem urbana local. No meio de arranha-céus e grandes empreendimentos imobiliários, resistem pequenas casas de madeira que lembram o município dos primeiros tempos.
Em bairros históricos, como a Vila Operária, casarões antigos dividem espaço com modernos centros comerciais e edifícios residenciais. No centro, casas de madeira, comuns nas primeiras décadas, se misturam a novos empreendimentos com fachadas de vidro e estruturas metálicas. Essa convivência entre o novo e o antigo é um reflexo da urbanização acelerada vivida pela cidade, mas também um lembrete das suas raízes.
O crescimento imobiliário em Maringá, com grandes empreendimentos e construções de alto padrão, tem sido um motor importante para o desenvolvimento econômico. No entanto, esse progresso traz também o desafio de equilibrar a modernização com a preservação do patrimônio histórico. A expansão dos novos empreendimentos muitas vezes resulta na substituição de pequenas casas e imóveis antigos, o que levanta questões sobre a identidade local e as consequências de um processo de urbanização que nem sempre respeita as características arquitetônicas do passado.
A engenheira civil Camila Fávaro observa que o contraste entre o novo e o antigo chama a atenção não só dos moradores, mas também das construtoras e imobiliárias. “Essas casas geralmente estão localizadas em regiões de grande valorização, com muitos prédios e comércios ao redor. As construtoras, claro, se interessam por esses espaços para novos empreendimentos”, destaca. Para ela, é fundamental lembrar da importância da preservação: “Embora as pequenas casas pareçam ‘perdidas’ entre os prédios, devemos sempre respeitar a história delas. Elas estavam lá antes de todo o resto.”
Para muitos moradores, como a aposentada Valnice de Souza Alves, a mistura do novo com o antigo é, justamente, uma das maiores características da Cidade. “Moro em Maringá há mais de 50 anos. Quando cheguei, não tinha quase nada. Eu gosto de ver os prédios, as altas construções, porque isso mostra o quanto a cidade cresceu. Só não quero que tirem a minha casinha”, brinca.
Apesar dos desafios, a preservação do patrimônio histórico de Maringá pode ser apoiada por medidas legais. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) permite que qualquer pessoa ou instituição solicite o tombamento de bens culturais e naturais de interesse histórico. Para formalizar essa solicitação, é necessário cadastrar o requerimento no sistema e-protocolo do Estado e encaminhá-lo para a Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná.
Alexia Alves
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