HUM recebe novo software criado por estudantes da UEM
Estudantes e professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), dos cursos de Medicina, Ciência da Computação e Informática, desenvolveram um software inovador que pode transformar o monitoramento de pacientes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). O Mews App, já registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), utiliza dados em tempo real dos sinais vitais para reconhecer indícios precoces de deterioração clínica, permitindo intervenções rápidas e aumentando as chances de salvar vidas.
O projeto contou com a colaboração dos professores Yandre Maldonado e Gomes da Costa, do Departamento de Informática (DIN) e dos mestrandos André Felipe Ribeiro Cordeiro e Luiz Henrique Toffanetto e Marques, além da estudante de Ciência da Computação, Maria Fernanda Almeida Oliveira.
O software será implantado no Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM-UEM) e foi desenvolvido com base na escala Mews (Modified Early Warning Score), uma ferramenta que avalia o risco de agravamento da saúde do paciente a partir de cinco parâmetros vitais: frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura, frequência respiratória e nível de consciência.
A ideia de criar o Mews App surgiu de uma necessidade observada dentro do próprio HUM-UEM. Davi Tamamaru de Souza, coordenador do Núcleo Interno de Regulação (NIR) do hospital, notou a dificuldade de se registrar manualmente os sinais vitais dos pacientes e calcular o risco de deterioração. Com isso, ele propôs uma parceria com o DIN para automatizar esse processo.
“O processo manual era demorado e sujeito a erros. Nossa proposta foi desenvolver uma ferramenta que não só facilitasse o registro dos sinais vitais, mas também ajudasse na análise desses dados, gerando orientações precisas para a equipe de saúde” explica Souza.
O Mews App automatiza a análise dos sinais vitais, fornecendo uma pontuação Mews que ajuda a identificar se o paciente está em risco de complicações graves, como infarto ou parada cardíaca. A ferramenta também oferece recomendações claras para a equipe médica, como a necessidade de uma avaliação imediata caso o paciente atinja uma pontuação alta.
A superintendente do HUM, Cremilde Aparecida Trindade Radovanovic, destacou a importância da colaboração entre diferentes áreas. “A criação do software por um profissional do próprio hospital é um exemplo de como podemos melhorar nossos processos com o apoio da academia. A parceria entre o hospital e a universidade tem gerado excelentes resultados, e este projeto é um grande exemplo disso,” afirma.
Segundo o professor do DIN, Yandre Maldonado, um dos orientadores do projeto, o Mews App pode marcar uma mudança significativa na forma como os profissionais de saúde monitoram e tratam pacientes em situações críticas. “Essa ferramenta pode ajudar a salvar vidas ao garantir uma análise mais precisa e rápida do estado de saúde do paciente,” conclui Maldonado.
O aplicativoestá em fase de adaptação para ser integrado aos monitores da UTI do HUM-UEM, com a expectativa de que, no futuro, possa ser implementado em outros hospitais. O projeto já rendeu três artigos científicos, uma defesa de mestrado profissional de Medicina e também é temática do trabalho de conclusão de curso da estudante Maria Fernanda Almeida Oliveira. Uma das responsáveis pelo desenvolvimento do software, ela acredita que o impacto do programa será grande. “Ele pode ser integrado a monitores de diferentes marcas e se tornar uma ferramenta essencial para a gestão das UTIs, não apenas em Maringá, mas em hospitais de todo o Brasil,” afirma a estudante.
Alexia Alves