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Política, informação, xingamentos – Pix

Com conhecimentos adquiridos como bancário, embora já aposentado há mais de 20 anos, atrevo-me a tentar contribuir com dados sobre meios de pagamentos, através de transferências entre contas correntes e de poupança, diante das polêmicas sobre o Pix, mais precisamente a respeito de informações de transações à Receita Federal.

O título é para chamar à atenção sobre uma informação que muitos desconhecem, a de que Pix, ao contrário de Doc, Ted, seus antecessores, não é uma sigla. O Pix não possui uma sigla, tampouco possui um conceito específico. Segundo o Banco Central, o termo foi escolhido por remeter a pixels, tecnologias e transações.

Falemos então dos antecessores, como instrumentos de transferências de recursos, começando pelo Documento de Ordem de Crédito- DOC, que foi criado em 1985, quando a informatização do sistema bancários dava os primeiros passos, mas era uma forma, digamos, analógica de transferências e pagamentos, pois o crédito efetivo na conta do recebedor só ocorria no dia útil seguinte, após a compensação, juntamente com cheques.

Com avanço da internet e a transformações digitais, surgiu em 2002, a Transferência Eletrônica Disponível – TED, criada para agilizar as transações, liberando recursos até as 17h do mesmo dia. Porém, se a TED for feita após as 17h, o dinheiro chegará na conta do destinatário no dia seguinte.

Em maio de 2018, o Banco Central começou o desenvolvimento da tecnologia de pagamento instantâneo que revolucionou o sistema financeiro no Brasil. Desde o seu lançamento em novembro de 2020, ele se tornou amplamente utilizado por pessoas físicas e pessoas jurídicas.

Falamos do Pix, uma criação do Banco Central do Brasil, responsável por regulamentar e supervisionar o sistema financeiro no país. A ideia por trás da criação era aprimorar a eficiência dos pagamentos e transferências, tornando o processo mais rápido, seguro e acessível a todos os brasileiros. Além do grupo de trabalho composto por mentes brilhantes, funcionários do Bacen, o processo contou com a participação ativa de diversos setores interessados no aprimoramento das transações financeiras no Brasil, com representantes de bancos, fintechs e varejistas. A criação do Pix se encaixa em uma tendência global de sistemas de pagamento instantâneo, como o Venmo nos Estados Unidos e o UPI na Índia.

A principal diferença do PIX para com as formas anteriores de pagamentos e transferência (DOC e TED) é a rapidez das transações. Enquanto uma transferência via TED ou DOC pode levar horas ou até mesmo dias para ser concluída, o PIX permite que o dinheiro caia na conta do destinatário em questão de segundos.

Quem foi o criador do Pix? Com o sucesso foi inevitável o uso político pelo então presidente da república, se apresentando com o pai do Pix, mas um exame de DNA, indicaria que a gestação começou na gestão Temer e se fosse para apontar o “pai do Pix”, segundo o InvestNews, o nome seria de Carlos Eduardo Brandt, um profissional com vasta experiência no mercado financeiro. Ele é chefe da Gerência de Gestão e Operação do Pix do Banco Central e foi o único brasileiro a figurar na lista da Bloomberg das 50 pessoas que definiram os rumos dos negócios globais em 2021. 

O Pix já se consolidou como um dos principais meios de pagamento no Brasil, mas isso não significa que o trabalho de Carlos Eduardo Brandt e sua equipe tenha acabado. Pelo contrário, eles continuam trabalhando para aprimorar o sistema de pagamentos instantâneo e adicionar novas funcionalidades que podem beneficiar ainda mais os usuários.  

Brandt acredita que é um “chassi” para inovações contínuas. Ele vê o Pix como um ecossistema em constante evolução, em que novas necessidades e tecnologias surgem e são incorporadas para melhorar a experiência dos usuários.

Recentemente houve muita política (des) informação e até xingamentos, sobre o tema, envolvendo a RFB, mas o assunto não merece mais comentários, aqui.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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