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A modernidade e o cansaço mental

A vida moderna trouxe facilidades incríveis. Hoje, com um simples toque no celular, pedimos comida, resolvemos pendências bancárias, agendamos consultas e até trabalhamos de qualquer lugar. Mas, ao mesmo tempo, essa modernidade cobra seu preço: estamos mais cansados, mais estressados, mais desatentos e, muitas vezes, mais doentes emocionalmente.

Graças aos avanços da ciência e da medicina, as pessoas estão vivendo mais tempo. A expectativa de vida aumentou nas últimas décadas. Contudo, viver mais não é sinônimo de viver bem. Muitas pessoas passam os dias sentindo-se esgotadas, ansiosas e até depressivas. E sabe o que é mais preocupante? É um fenômeno coletivo.

Pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a depressão é uma das principais causas de incapacidade no mundo, e o número de pessoas afetadas continua a crescer. Da mesma forma, a ansiedade atinge níveis alarmantes, sendo potencializada por pressões no trabalho, demandas sociais e a hiperconexão digital.

Um dos fatores que mais contribuem para esse esgotamento é a falta de descanso mental. Nunca antes estivemos tão conectados. O celular vibra, o e-mail chega, as redes sociais pedem atenção. Estamos sempre online, sempre disponíveis, e isso é exaustivo.

A era digital está reconfigurando nossa mente, encurtando nossa capacidade de foco e nos acostumando a informações rápidas e rasas. Estamos tão ocupados com as distrações imediatas que esquecemos de nos concentrar no que realmente importa.

A exaustão não é apenas física; é emocional. Vivemos com a sensação de que nunca fazemos o suficiente, de que sempre há mais uma mensagem para responder, mais um objetivo a alcançar. E essa busca incessante por produtividade tem um custo alto. Estudos da Universidade de Harvard mostram que o excesso de trabalho e a falta de descanso adequado aumentam significativamente o risco de burnout, um esgotamento extremo que afeta tanto o corpo quanto a mente.

Além disso, as redes sociais criaram uma cultura de comparação. Estamos sempre vendo o “melhor lado” da vida dos outros, e isso nos faz sentir que estamos ficando para trás, que não somos bons o suficiente. Essa sensação de inadequação é um terreno fértil para a ansiedade e a depressão.

Mas como recuperar o equilíbrio? Se a modernidade nos trouxe tantas facilidades, talvez seja hora de aprender a usá-las com sabedoria. Aqui estão algumas sugestões que podem ajudar:

Desconecte-se para se reconectar: Reserve momentos no dia para ficar offline. Desligue as notificações do celular, passe um tempo longe das telas e aproveite o momento presente. Eu procuro manter alguns hábitos: nada de celular em nenhuma das refeições e zero notificações – mesmo quando o celular está por perto. Ou seja, sou eu que vou, no meu tempo, na minha hora, ver as mensagens.

Priorize o que importa: Nem tudo é urgente, nem tudo merece sua atenção. Quase todas as coisas que avaliamos ser urgentes, se deixássemos para dar atenção um pouco depois, não faria a menor diferença na nossa vida (não perderíamos nada).

Além disso, avalie os seus compromissos diários. Pergunte-se: “Isso vai importar daqui a cinco anos?” Muitas vezes, gastamos energia com coisas irrelevantes enquanto negligenciamos o que é essencial.

Dê valor ao descanso: O sono não é perda de tempo; é um dos pilares da saúde. Dormir bem melhora o humor, fortalece o sistema imunológico e aumenta a produtividade. Permita-se descansar sem culpa.

Construa conexões reais: A solidão é uma epidemia silenciosa na vida moderna. Cultive relacionamentos verdadeiros. Reserve tempo para estar com as pessoas que você ama, sem pressa, sem distrações.


Ronaldo NezoComunicador SocialEspecialista em PsicopedagogiaMestre em Letras | 

Doutor em Educação

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