A Itaipu Binacional anunciou, nessa segunda-feira (10), no Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), a assinatura de um convênio com o Centro Popular de Saúde Yanten para a promoção de ações de popularização do uso de Plantas Medicinais, Condimentares e Alimentícias Não Convencionais (PANCs) e de práticas de desenvolvimento sustentável.
O convênio de R$ 1 milhão, assinado na Vitrine Tecnológica de Agroecologia (Vital), tem vigência de dois anos e seu público-alvo são estudantes, professores, agricultores familiares e comunidades socialmente vulneráveis. Os municípios abrangidos pelo projeto são Medianeira, Serranópolis, Foz do Iguaçu, São Miguel, Missal, Matelândia e Santa Terezinha de Itaipu.
O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, lembrou que as plantas medicinais são a base dos remédios modernos. “Esperamos, com esse convênio, incentivar o agricultor familiar a buscar alternativas para melhorar sua renda. A produção de PANCs ocupa um pequeno espaço de terra, não exige grande dedicação e oferece um retorno financeiro alto, especialmente se estiver vinculada a uma associação ou cooperativa para exportação”, afirmou.
O diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, destacou que o uso de ervas medicinais e de suas funções terapêuticas e preventivas. “Quando pensamos em saúde, pensamos em alimento e nas opções dos chás, com várias referências históricas e científicas. Esse convênio permitirá solidificar ainda mais esse trabalho e essas ações, cumprindo um papel extremamente importante”, reforçou Carboni.
O projeto busca fortalecer a autonomia da comunidade através do uso de plantas medicinais e PANCs, promovendo o desenvolvimento sustentável. Ele se baseia no reconhecimento da biodiversidade como fonte terapêutica e alimentar, visando resgatar e conservar esse conhecimento para combater a padronização cultural na alimentação e na saúde.
As oficinas práticas sobre cultivo e uso de plantas medicinais e PANCs começam em março e têm como objetivo mostrar como elas podem complementar a saúde e a alimentação. A ideia também é reduzir o uso excessivo de tecnologia, promovendo experiências diretas com a natureza.
O projeto também pretende capacitar a comunidade em fitoterapia como alternativa para controle de doenças e pragas, com o apoio de profissionais qualificados. As atividades incluem oficinas de formação de jardins medicinais, capacitação de educadores em saúde, cultivo de PANCs, visitas técnicas e produção de materiais educativos.
Saberes tradicionais
A presidente do Centro Popular de Saúde Yanten, Terezinha Aparecida Furlan Valiati, conta que o centro foi fundado no início dos anos 1990 por um grupo de mulheres que começaram a cultivar e estudar plantas medicinais, expandindo suas atividades para incluir fitoterapia e oficinas educativas, especialmente sobre chás e PANCs. “Todo o apoio que a Itaipu der vai potencializar esses saberes históricos tradicionais que a gente aprendeu da avó, das bisavós, e transformar isso em renda para as famílias que queiram ter uma alternativa a mais”, explicou Valiati.
Esta ação integra o Programa Itaipu Mais Que Energia, que alinha a geração de energia com responsabilidade social e ambiental. A promoção das PANCs está diretamente conectada a dois dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e o 3 (Saúde e Bem-estar).
Asssessoria de Imprensa
Foto – Itaipu