
Defesa Civil deu aval para retorno dos moradores do prédio Maria Tereza após laudo técnico garantir segurança
As 91 famílias que moram no edifício Maria Tereza já retornaram aos seus apartamentos no final da tarde de ontem depois de dois dias fora de casa. A Defesa Civil de Maringá seguiu o resultado do técnico assinado pelo engenheiro estrutural Rafael Souza, da Universidade Estadual de Maringá e liberou a volta dos moradores. O documento atesta a estabilidade do prédio com a recuperação do pilar de sustentação pela empresa contratada para obra.
De acordo com o laudo, o material utilizado para preencher a coluna estrutural, graute, garante a estabilidade do pilar. “A intervenção emergencial, com a aplicação adequada do graute e a ampliação da seção do pilar restabeleceu a capacidade resistente da estrutura. É um exemplo de como soluções técnicas precisas, aliadas ao conhecimento científico, podem evitar tragédias”, constata o engenheiro Souza.
Apesar do susto e do perigo real de desabamento, a coluna de sustentação que sofreu grande avaria foi recuperada e a segurança do Edifício Maria Tereza restabelecida. Depois de serem desalojados do prédio na manhã de segunda-feira, os moradores ficaram aliviados com a notícia do retorno e conforto dos lares, anunciada pelo diretor da Defesa Civil, Vagner Mussio, às 18 horas da quarta-feira.
“Seguimos o aval do estudo detalhado feito pelo engenheiro da UEM e confiamos no laudo. Todos os moradores podem voltar ao prédio com segurança enquanto as obras continuam na sala comercial do térreo”, afirmou Mussio.
A princípio a Defesa Civil rejeitou os laudos iniciais apresentados com muita rapidez por empresas contratadas de forma emergencial e pediu uma terceira avaliação técnica, feita através de uma empresa especializada que já havia prestado serviços para o município quando sacadas de um prédio desabaram na Zona 7. “Nós exigimos que uma terceira empresa, independente, viesse no local. Essa empresa veio, nos acompanhou e atestou que o que está sendo feito é o correto, e atestou também que não está tendo problema no prédio. Engenheiros da Prefeitura, engenheiros da Defesa Civil e engenheiros contratados analisaram toda a parte do primeiro andar do prédio e outros andares para ver se tem algum problema, que não foi encontrado. Fizemos a reestruturação dos pilares e o pilar que está ao lado, que não sofreu nenhum problema, nós exigimos também que fosse feito o mesmo reforço do que foi avariado”, disse Mussio.
Segundo o secretário municipal, apesar da coluna colapsada ter sustentado um peso de pelo menos 230 toneladas, ela não sofreu maiores danos e foi recuperada. “Foi um milagre outras estruturas de sustentação não serem afetadas”, disse Mussio, que chegou a temer por um eventual efeito dominó. Para manter a coluna afetada em pé, os engenheiros utilizaram o graute, material que preenche espaços vazios e bem aplicado reforça a estrutura danificada.
REFORMA
O problema estrutural, provocado por uma obra de reforma de uma sala do térreo, assustou os moradores do edifício mais antigo de Maringá, construído na década de 1960. Foi o primeiro arranha-céu da Cidade e que deu o pontapé inicial no processo de verticalização da área urbana de Maringá.
De acordo moradores, quando o pilar afetado pela reforma da sala comercial colapsou, o abalo chegou a ser sentido em vários apartamentos. O Corpo de Bombeiros evacuou o prédio e os moradores tiveram que se acomodar em hotéis ou na casa de parentes. Como consequência da avaria, a pista da direita da Avenida Getúlio Vargas, para veículos que trafegavam no sentido Paço Municipal, foi interditada, o mesmo acontecendo com a Avenida XV de Novembro, sentido Avenida Duque de Caxias.
Redação JP
Foto – Victor Ramalho