
Nos primeiros meses de 2025, Maringá registrou 429 casos prováveis de dengue, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, refletindo uma realidade preocupante para a Cidade, com um coeficiente de incidência de 100,7 casos a cada 100 mil habitantes.
Embora o Paraná como um todo tenha registrado uma queda de 76,2% nos casos em relação ao mesmo período de 2024, Maringá segue em um cenário de aumento.
O aumento nos casos de dengue em Maringá ocorre em meio a um panorama estadual e nacional de redução dos números. No Paraná, o total de casos prováveis caiu de 132.546 em 2024 para 31.533 em 2025, acompanhando a diminuição observada no Brasil, onde os casos caíram 69,25%, de 1,6 milhão para 493 mil.
A análise epidemiológica da Cidade revela que a maior parte dos afetados são mulheres, especialmente nas faixas etárias de 20 a 39 anos. A pesquisa aponta 41 casos prováveis entre as mulheres de 20 a 29 anos e um número similar entre as de 30 a 39 anos.
Essa concentração entre mulheres jovens e adultas pode ser atribuída a uma série de fatores, como as condições climáticas de 2025, com um volume elevado de chuvas que favoreceu a proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
A umidade e o calor constantes criaram um ambiente propício para o aumento dos criadouros, como depósitos de água da chuva, pneus, latas e até vasilhames domésticos.
Ingrid dos Santos Ramos, de 22 anos, relata já ter contraído dengue duas vezes. “Senti muita dor no corpo, fiquei internada, com inflamação nos órgãos e perdi 5 kg. Fiquei mal por quase 15 dias, foi o pior período da minha vida”, disse.
Deolinda Maria Ravaneli, de 71 anos, também enfrentou a doença duas vezes, sendo que na primeira ocasião, seus sintomas foram gravíssimos. “Na primeira, eu quase morri. Tive febre acima de 40 graus, muita dor no corpo, foi terrível. Na segunda, foi mais tranquilo, fiz repouso e tomei os remédios, e logo melhorei”, contou.
O elevado número de casos entre as mulheres também pode estar relacionado a fatores como o trabalho doméstico, que, segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aumenta a exposição ao mosquito, já que as mulheres podem ter mais contato com áreas externas ou acumular água em seus lares durante a realização de atividades cotidianas.
MEDIDAS
Maringá, assim como outras cidades do Paraná, se beneficia das ações do Ministério da Saúde para controlar a dengue. Desde a ativação do Centro de Operações de Emergências para Dengue e outras Arboviroses (COE-Dengue), em 8 de janeiro de 2025, o governo tem intensificado as estratégias de vigilância e prevenção.
Entre as medidas estão as visitas técnicas a estados e municípios, a distribuição de 4,5 milhões de testes rápidos para diagnóstico da doença e a ampliação do uso do método Wolbachia, que visa reduzir a população do mosquito Aedes aegypti.
Redação
Foto – Reprodução