O empresário Antônio Teodoro de Moraes, o “Tony”, de 74 anos, está preso desde o dia 13 último na sede da Polícia Federal de Maringá. Seu advogado, Josuel Pedroso Luz, de Apucarana, que defende outros sentenciados no caso do quebra-quebra de 8 de janeiro de 2022 na Praça dos Três Poderes em Brasília, informou ontem ao Jornal do Povo, que o recurso que impetrou junto ao STF ainda não foi apreciado.
O advogado insiste que seu cliente é inocente das imputações a ele feitas e questiona a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, já que a sentença de 14 anos de reclusão ainda não transitou em julgado. O argumento da Procuradoria Geral da República ao pedir a prisão preventiva do “pacato cidadão” e tido por quem o conhece, como uma pessoa do bem, foi o de que “Tony” poderia fugir. “ Para quem conhece Antônio Teodoro , isso não faz o menor sentido“, dizem amigos mais chegados do ex-sindicalista.
Tony foi investigado como suspeito de participar dos episódios de 8 de janeiro de 2023, quando uma multidão de homens e mulheres tomou a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e depredou as sedes do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal. O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva, ante a suspeita de que o empresário pudesse fugir. De acordo com o advogado Josuel Pedroso da Luz, contratado pela família do empresário, “a prisão de Antônio Teodoro foi ilegal e arbitrária, pois a sentença da Suprema Corta ainda não transitou em julgado. E é descabida a suspeita de que um homem de 74 anos, empresário conhecido e respeitado em sua cidade e que inclusive cuida da mãe de 98 anos, pudesse empreender fuga”.
O advogado disse reconhecer que alguns dos sentenciados realmente fugiram ou tentaram fugir, “mas esse nunca foi o caso do senhor Antônio, um homem íntegro, sem mácula e que foi condenado pela 1ª. Turma do STF injustamente”.
A jornalista Ana Maria Cemin, do Bureau de Comunicação, escreveu sobre a prisão de Tony, preso no último dia 13 à tarde quando estava no trabalho:
“Na visão dos ministros do STF, que atenderam à denúncia feita da Procuradoria Geral da República, o idoso que foi a Brasília em janeiro de 2023 é um bandido perigoso que merece 14 anos de prisão, mesmo sem ter qualquer mancha em sua ficha criminal. Ele cuida, ou melhor, cuidava de sua mãe de 98 anos, Dona Vita, até ontem, quando foi preso. Inclusive, por ter sido acusado e condenado por cinco crimes, a conta conjunta que ele mantém com a mãe para receber a pensão e aposentadoria da idosa foi bloqueada pelo STF”. A 1ª. Turma do Supremo Tribunal Federal condenou mais 63 envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Os réus foram sentenciados a penas que variam de 1 a 17 anos e ainda deverão pagar multas que somam R$ 30 milhões.
Redação JP
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