
Conhecida por suas ruas arborizadas, parques e planejamento urbano sustentável, Maringá, reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2022 como “Cidade Árvore do Mundo” não apareceu no ranking Casa Vogue das 10 cidades mais arborizadas do Brasil, segundo levantamento publicado em 2024 pelo MapBiomas.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) esclarece que, oficialmente, não elabora um ranking das cidades mais arborizadas. No entanto, o monitoramento realizado anualmente pelo MapBiomas, iniciativa que reúne universidades, ONGs e empresas de tecnologia, aponta quais são os municípios com maior área de vegetação urbana, tanto em valores absolutos (hectares) quanto relativos (porcentagem da área urbanizada).
Entre as 10 cidades com maior vegetação urbana em área total, destacam-se grandes capitais como Rio de Janeiro (12.844 ha), São Paulo (11.814 ha) e Brasília (10.256 ha). Esses números refletem a extensão territorial e, em muitos casos, a presença de parques naturais e áreas de proteção ambiental dentro dos limites urbanos.
Já no ranking proporcional, que considera a porcentagem de vegetação em relação à área urbanizada, municípios de menor porte, como Santa Cruz do Arari (PA), com 71%, e Santo Antônio do Içá (AM), com 62%, ocupam as primeiras posições. Nesses casos, o menor grau de urbanização contribui para índices mais altos de cobertura vegetal.
A ausência de Maringá em ambos os rankings pode ser explicada por dois fatores principais. Primeiro, a Cidade, que possui 21 áreas de preservação e cerca de 150 mil árvores, não possui uma área urbana extensa o suficiente para figurar entre os maiores valores absolutos desse ranking em específico.
Segundo, embora conte com grande presença de árvores em vias públicas e áreas verdes planejadas, o índice proporcional pode não ser alto o suficiente para competir com municípios menos densamente urbanizados.
Especialistas ressaltam que os rankings não necessariamente medem a qualidade ou a distribuição da vegetação nas cidades.
“Maringá é referência nacional em planejamento urbano com foco em áreas verdes. A ausência nesses dados se dá por critérios técnicos e metodológicos, e não reflete a experiência ambiental oferecida à população”, afirma a urbanista Monicka Vieira.
Da Redação
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