Não são taxistas e nem motoristas de aplicativo, mas eles “sentam praça” na rodoviária de Maringá, abordando passageiros que ficam receosos em contratar corridas
Há uma espécie de invasão de motoristas clandestinos, que não são nem uma coisa e nem outra, e que abordam diariamente passageiros que chegam a Maringá, desembarcando na Estação Rodoviária. Eles oferecem corridas como se fossem motoristas de aplicativos, mesmo sabendo que esse tipo de transporte precisa ser acionado e não ao contrário. A maioria dos passageiros ficam desconfiados e saem de perto, para procurar um táxi devidamente identificado ou usar corretamente a internet para requisitar um automóvel pelo aplicativo.
O volume de clandestinos aumenta nos dias que antecedem e que precedem um feriadão. A empresária Sandra Baquet, por exemplo, viajou no último feriado prolongado e ao retornar na madrugada do dia 22, viu que não haviam táxis estacionados no pátio de Rodoviária. Ela tentou acionar o Uber mas o único motorista disponível, acabou cancelando a corrida. Então, ela ficou cheia de dúvidas quando foi abordada várias vezes por motoristas sem qualquer referência ou identificação. A empresária achou as abordagens estranhas, meio intimidadoras, e preferiu dispensar. Ela disse ter ficado muito intrigada com o fato de não haver no local nenhum policial ou agente da Guarda Civil Municipal.
Um funcionário municipal que trabalha na rodoviária no período noturno teria alertado a passageira que tomasse cuidado ao pegar um daqueles motoristas clandestinos para voltar pra casa. Ela, que havia desconfiado que poderia ser perigoso, disse ter ouvido relatos preocupantes sobre motoristas clandestinos.. “Deu medo”, disse.
O Secretário de Mobilidade Urbana, Luiz Alves, disse que equipes de segurança monitoram esses motoristas e tentam coibir a assédio deles a passageiros. “Esse problema com motoristas clandestinos já tinha chegado na secretaria, inclusive algumas pessoas já foram presas, multadas e tiveram os carros recolhidos. O problema é que, mesmo assim, isso acaba voltando, então a gente precisa reforçar a fiscalização de tempos em tempos, e é exatamente isso que vamos fazer agora”, afirma, ao acrescentar que o fato desses motoristas se oferecerem, com abordagens desconfortáveis para o passageiro, é um sinal de alerta. “ Quando você chama por aplicativo, o valor já vem fixo, tudo certinho. Com esses aí, não… eles cobram quanto querem, e ainda tem caso de ameaça depois. É uma situação séria, que tem que ser relatada para a polícia”, explica.
Redação JP
Foto – Ilustração
