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Contagie o ambiente com bom humor!

Você sabia que as suas atitudes podem mudar o ambiente onde você passa? É isso mesmo! As nossas atitudes mudam o ambiente onde estamos. E o bom humor contagia (e o mau humor também)!

Às vezes, a gente reclama de um ambiente pesado, tenso… Mas quem faz o ambiente? São as pessoas que ali estão.

É verdade que cores influenciam, é verdade que a temperatura interfere, também é verdade que a própria condição do tempo – se calor ou frio demais, se nublado, chovendo ou ensolarado –  também afeta as pessoas. Mas, ainda assim, são as pessoas que fazem o ambiente ser agradável ou não.

O escritor Daniel Goleman, nas primeiras páginas do livro “Inteligência Emocional”, conta uma história que, diz, nunca ter esquecido. Ele lembra que pouco depois de ter defendido o doutorado dele em Psicologia, pegou um ônibus. O motorista era um senhor negro, que recebia todos os passageiros com um sorriso no rosto e um bom dia entusiasmado.

Goleman relata que poucos respondiam ao motorista. Mas ele não se cansava. E, durante a viagem, enquanto passava com o ônibus próximo de parques, praças, lojas etc., ia falando com os passageiros, todo animado, comentando sobre as coisas boas da cidade, resgatando lembranças positivas daqueles lugares.

O escritor recorda que ficou impressionado ao notar que pouco a pouco as pessoas foram envolvidas por aquela atmosfera positiva, leve, agradável e, ao saírem do ônibus, os passageiros pareciam mais felizes e ninguém deixou de responder a despedida do motorista.

Goleman fala em seu livro que, na época, a Psicologia pouco estudava sobre a inteligência emocional, mas aquele motorista era um exemplo de alguém que possuía as competências emocionais para cuidar bem de si e se relacionar bem com os outros.

Confesso a você que nem sempre tenho a disposição daquele motorista. Nem sempre estou com disposição para ser o agente de mudança num ambiente. Mas já experimentei os benefícios de demonstrar bom humor, leveza e motivação.

Para mim, a experiência mais impactante aconteceu meses atrás quando sofri um acidente de moto. Minha situação não era nada boa. Tive fratura exposta na perna e o ombro também estava lesionado.

Eu estava totalmente vulnerável e impotente. Não tinha controle sobre nada. A única coisa que podia fazer era manter a serenidade e tentar tornar a experiência menos dolorosa. Ou seja, podia gerir as minhas emoções.

Quando cheguei ao hospital, fiz duas coisas: primeiro, respondi e interagi gentilmente com cada pessoa que falava comigo; segundo, perguntei o nome de todas elas e, sempre que falava com médicos, enfermeiros, auxiliares, camareiras etc., usava os seus nomes.

Recordo que o primeiro efeito claro da minha atitude foi no centro cirúrgico. Uma das profissionais brincou comigo: você parece melhor e mais calmo do que nós.

Dois dias depois, enquanto estava no quarto aguardando uma nova cirurgia, uma outra enfermeira chegou e, depois de falar comigo, comentou: “ah… você é o senhor da voz bonita, todo educado e simpático que o pessoal anda comentando que está internado conosco?!”.

Posso dizer uma coisa a você: o que vivi com o acidente não foi nada fácil. Mas meu período no hospital teria sido muito mais difícil se minhas atitudes em relação às pessoas e até mesmo ao que ocorreu comigo não tivessem sido positivas.

Hoje, quero desafiar você a contagiar o seu ambiente com bom humor, otimismo, leveza, gentileza! Jogue fora a reclamação, o ranço, a ruminação dos problemas, a cara fechada…

Diga bom dia, com energia, com um sorriso… Fale olhando nos olhos, para o rosto das pessoas… Faça comentários positivos sobre elas. Brinque, faça pequenas piadas sobre os outros e sobre si mesmo, ria dos seus erros…

Se você não é assim – e eu posso garantir que não sou assim -, faça um esforço para ser assim, faça um esforço para agir de maneira positiva, motivadora. Tente num dia, busque repetir no outro… Persista! Às vezes, não vai dar certo, mas tudo bem. Não importa. Importa seguir tentando. Vai dar certo. Pode apostar!

Esse tipo de atitude não faz parte da minha personalidade. Eu preciso me esforçar. Mas, quando a gente pratica certas atitudes, podem se tornar um hábito. E isso vai impactar as pessoas. Os colegas percebem, os amigos notam… A família é abençoada com um comportamento mais tranquilo, sereno, bem humorado, motivado.

Talvez alguém até diga: “ei, o que está acontecendo?”. Pode até aparecer alguém fazendo uma piada maldosa. Ignore. Sorria e diga: “estou tentando viver diferente!”. 


Ronaldo Nezo
Jornalista e Professor
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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