Na sexta-feira da semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde interditou cautelarmente o Hospital Psiquiátrico de Maringá (HPM). O prazo para que os pacientes sejam transferidos ou tenham alta hospitalar vence no final da próxima semana, 15 dias ao todo. De acordo com a Prefeitura de Maringá, dos 105 pacientes que estavam no hospital, atualmente são 46 ainda internados. Desse total, 10 são de Maringá e sete já aguardam a família para saírem da unidade.
A Saúde de Maringá informou que 59 foram transferidos ou tiveram alta. Dos que seguem no local, três pacientes serão transferidos para a Emergência Psiquiátrica. Os pacientes de outros municípios vão aguardar os familiares responsáveis. De acordo com a Vigilância Sanitária, a licença do HPM está vencida desde abril e a instituição não tem condições sanitárias para funcionar. O que culminou na interdição da estrutura foi o relatório produzido após visita de profissionais da Secretaria Estadual de Saúde no dia 27 de junho.
O relatório consta a análise de 10 prontuários de pacientes internados. Somente um havia contato com familiares; outro verificado às 11 horas dizia que a medicação foi aplicada às 13 horas; nenhum adolescente internado estava acompanhado por um responsável, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente; e os internos não possuem livros, revistas e materiais escolares ou recreativos. Também foi constatado que “em todas as alas os profissionais de enfermagem tiveram reconhecida dificuldade no manejo do desfibrilador”. Quanto a questão sanitária, medicamentos estavam em risco de intoxicação e há fios e espelhos nos banheiros, o que é proibido.
O relatório da Sesa registrou ainda irregularidade na habilitação do hospital junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Até o momento, a única manifestação do Hospital Psiquiátrico de Maringá foi enviar um comunicado contestando o laudo elaborado pela Sesa. A Prefeitura informou que solicitou um plano de trabalho para melhorias na estrutura e no trabalho oferecido; porém, o plano não foi cumprido pela diretoria do hospital. Há um planejamento para realocar os pacientes e garantir assistência médica.
Victor Cardoso
Foto – Reprodução
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