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Pista emborrachada é arrancada pela terceira vez e desmancha com a chuva

Parte da pista emborrachada em volta do Parque do Ingá foi arrancada pela chuva, que caiu de maneira rápida e forte, na tarde do último sábado. A força da água provocou ondulações e arrancou pedaços de borrachas, no trecho da Avenida Laguna. Essa é a terceira vez que a pista se solta, e o que era para ser um exemplo de modernidade vai se desmanchando e deixando o entorno do parque incompleto, com trechos emborrachados e trechos asfaltados.

Entregue pela administração municipal em 2020, com investimento aproximado de R$ 4 milhões, os danos causados pelas chuvas anteriores não foram arrumados e a pista acaba voltando para a maneira original com revestimento asfáltico, o que gera reclamações de quem se exercita no local e também de pessoas que nunca usaram a pista, mas pagaram por sua transformação que foi bancada com recursos da Prefeitura.

Apesar de saber que a forte chuva fez a pista emborrachada se soltar, Maria Augusta Lopes, critica a Prefeitura por não tomar providências para evitar o estrago. “Caminho no Parque do Ingá há mais de 10 anos e sempre fui contra a implantação dessa borracha no entorno do local. Quiseram modernizar, gastaram milhões e desde o começo deu problema. Para que mexer no que sempre esteve bom. Agora que fica no prejuízo é toda a população, quem pratica exercício físico e o resto do povo que pagou a “famosa” pista”, desabafa.

RECORRENTE
A primeira vez que a pista foi danificada aconteceu em fevereiro do ano passado, quando a via do Parque do Ingá ficou alagada e parte da pista descolou atravessando para a avenida batendo em carros estacionados na avenida e trazendo prejuízo para os motoristas. Em março deste ano, outra chuva soltou mais um pedaço da pista, porém com menor dano. Os trechos soltos não foram recuperados até hoje.

A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), realizou a limpeza e sinalização do trecho da pista do Parque do Ingá estragado pelo temporal. Em consequência da limpeza, que é feita com apoio do Corpo de Bombeiros, houve impedimento parcial na Avenida Juscelino Kubitschek, entre as avenidas Laguna e São Paulo. A região da pista emborrachada foi isolada e o percurso desviado, de modo provisório, para o estacionamento da avenida, com a sinalização por cones.

Com parte da avenida interditada para o tráfego de veículos e borrachas soltas na pista de caminhada, a reclamação dos motoristas também é grande. “Um absurdo colocar barreiras em metade da avenida para liberar espaço para quem caminha aqui. Essa avenida é movimentada e deixar somente uma via para o trânsito é péssima ideia. Já gerou um mini congestionamento agora, imagina na hora do rush. É o pior, com a “agilidade” da prefeitura para arrumar as coisas, teremos muito tempo de trânsito interrompido”, reclama André Lobato, motorista de aplicativo.

De acordo com o secretário de Comunicação, Lucio Olivio Rosas, uma equipe estava na tarde de ontem, em torno do Parque do Ingá, especificamente na Avenida Laguna, onde a pista emborrachada se desprendeu devido ao grande volume de chuva que a nossa cidade foi acometida neste final de semana.

“A prefeitura trabalha com urgência para a retirada deste material e a posterior aplicação de uma malha asfáltica para que as pessoas possam utilizar todo o entorno do Parque do Ingá, nas suas caminhadas, corridas e atividades de lazer”, disse Rosas.

PROJETO
A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), anunciou em outubro de 2018 que havia finalizado o projeto de revitalização do entorno do Parque do Ingá, que previa uma nova pista de caminhada emborrachada, iluminação em LED e novas áreas de convivência e lazer. O custo da obra era estimado em R$ 6,2 milhões.

A pista de caminhada foi toda demolida, para então receber uma camada emborrachada (semelhante a pistas de atletismo) de 7 centímetros em 12,9 mil metros quadrados na extensão do entorno do parque (3,5 mil metros). Segundo pesquisas da Semob, na época, a pista com essas características e extensão seria inédita no país.

A superfície aplicada foi classificada como antiderrapante, permeável e flexível, reduzindo o impacto na corrida e caminhada, além de não contar com emendas e ser antichama, não tóxica e resistente aos raios UV. O acabamento em grânulos (0,5 mm a 1,5 mm) de EPDM (Etileno-Propileno-Dieno). Para não confundir com o vermelho de uma ciclofaixa, foi adotada a cor azul.

ESTUDO
De acordo com a Secretaria de Comunicação, a gestão municipal realizou análise técnica nas condições da pista emborrachada para fazer as intervenções necessárias. A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico, ligada à Universidade Estadual de Maringá (UEM), está criando um estudo para identificar quais normais estruturais podem ser adicionadas ao sistema de drenagem atual no entorno do Parque do Ingá.

Segundo o professor Sandro Lautenschlager, um dos encarregados pelo estudo, as bocas de lobo não são suficientes para o escoamento de água, por isso, provocam alagamentos.

Os estudos estão em andamento, porém, os procedimentos para chegar em um bom resultado são lentos. Ainda segundo ele, há a preocupação com o impacto ambiental que esses testes podem ocasionar.

Dois poços de infiltração foram instalados em volta do Parque, seguindo as regras feitas pelo estudo, para buscar soluções para um manuseio mais apropriado das águas pluviais. A Fadec finaliza estudo referente aos poços drenantes.

Maynara Guapo
Foto – Jornal do Povo

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