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Como você define seu valor?

Neste mundo maluco em que vivemos, os valores estão invertidos. Frequentemente, nossa imagem é definida pelo sucesso profissional conquistado.

Em um mundo competitivo e acelerado, muitas pessoas caem na armadilha de vincular sua autoestima e identidade à sua profissão.

Por isso, hoje, quero falar sobre este assunto e dizer para você que é muito mais do que o cargo que ocupa.

Ei… Você já se sentiu menos valorizado após perder um emprego ou não conseguir aquela promoção desejada?

Confesso que carrego algumas frustrações. Entre elas, não ter conseguido dar aulas em uma instituição que admiro. Já fiz palestras, organizei e apresentei eventos, mas a contratação nunca aconteceu. Por quê? Não sei.

Houve um tempo em que isso afetava minha autoimagem. Hoje, entendo que há coisas que simplesmente não acontecem. E nem sempre tem a ver conosco.

Sabe, sentir-se mais ou menos valorizado por causa de um emprego ou de uma conquista profissional é comum em uma sociedade capitalista que coloca a vida profissional em um patamar elevado.

Nossa sociedade, em muitos aspectos, nos condiciona a associar sucesso pessoal ao sucesso profissional.

Muita gente sofre com problemas de autoestima e ansiedade por buscar uma determinada imagem profissional.

E vai além…

Segundo pesquisas recentes, a pressão constante para se destacar profissionalmente tem levado muitos a níveis insustentáveis de estresse, resultando até mesmo em problemas de saúde graves, como AVC.

Uma demissão, por exemplo, é frequentemente vista como uma falha pessoal, quando, na realidade, pode ser resultado de diversos fatores externos – desde mudanças no mercado, reestruturações internas ou até mesmo uma pandemia global.

E, detalhe, nem sempre está relacionado à competência, comprometimento ou qualquer outra característica exigida pela empresa.

Na última semana, entre outros profissionais demitidos de uma rede de comunicação, dois eram altamente respeitados e qualificados. Foram contratados anos atrás com salários atrativos, abandonando veículos renomados. Contudo, foram descartados em uma readequação do departamento de jornalismo.

Evidentemente, situações assim afetam nosso emocional e podem impactar a imagem que temos de nós mesmos.

Agora, pare e pense: imagine uma vida onde sua autoestima não é determinada por seu status profissional e onde reconhece e estabelece limites para proteger sua saúde e bem-estar.

Claro, esse mundo idealizado ainda está no campo da utopia. A sociedade é o que é. Mas podemos reconhecer seus efeitos nocivos e criar barreiras de proteção.

Como fazer isso?

Comece refletindo sobre o que realmente define quem você é: seus relacionamentos, o valor que dá a cada pessoa e a maneira como se ama.

Inclua aí seus hobbies, paixões, conexões, valores e experiências que moldam sua identidade, e não apenas a descrição de seu cargo, o salário ou a empresa em que trabalha.

Depois, busque desenvolver uma mentalidade resiliente, aprendendo a ver desafios e mudanças como oportunidades para evoluir e adaptar-se.

Para concluir, mais algumas dicas:

Conheça-se: Dedique tempo para entender seus valores, paixões e sonhos. Esses são seus verdadeiros indicadores de sucesso. Aprenda a se amar!

Lembre-se de que viver implica enfrentar desafios. Se uma empresa vira as costas para você ou se sua carreira não está como gostaria, saiba que cada desafio é temporário e traz consigo uma lição.

Invista em Educação Continuada: Ao ampliar seus conhecimentos e habilidades, torna-se mais adaptável e confiante diante das mudanças do mercado.

Estabeleça Limites: Assegure-se de ter tempo para si, para relaxar e fazer o que ama. Isso não apenas protegerá sua saúde, mas também aumentará sua eficiência no trabalho.

Gosto de pensar que somos o que somos fora da empresa. E, enquanto trabalhamos, refletimos os valores que já possuímos. Assim, o sucesso profissional (ou a falta dele) nunca nos definirá.

Lembre-se: você é único e valioso, independentemente de sua ocupação. Valorize-se, proteja-se e, acima de tudo, ame-se.

Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras |  Doutor em Educação

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