O Paraná inicia 2025 com uma nova marca recorde de investimentos privados. Desde 2019, empresas de diversos segmentos já aplicaram R$ 300 bilhões na construção de novas fábricas ou na expansão de suas atividades em todas as regiões incentivadas pelas vantagens competitivas do Estado. O resultado é a queda do desemprego, aumento nas vagas de trabalho com alta remuneração e estímulo à economia regional.
Segundo Eduardo Bekin, que preside a Invest Paraná, agência de atração de investimentos do Governo do Estado, o volume inédito de recursos privados é consequência de um planejamento de longo prazo do poder público e de um alinhamento claro entre os diferentes órgãos estaduais em torno de um objetivo comum.
“Trabalhamos com muita inteligência dentro da Invest Paraná, em consonância com o que é feito na Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços, na Secretaria de Planejamento, na Fomento Paraná e no BRDE [Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul], sempre focados em buscar empresas que tenham atividades adequadas à vocação de cada região à infraestrutura disponível”, afirmou Bekin.
“Hoje, tentamos distribuir estes investimentos por todo o Estado, o que faz com tenhamos atualmente uma situação de pleno emprego, com o agronegócio, a indústria e o comércio indo bem e a economia circulando”, acrescentou.
Um dos pilares desta estratégia, implantada em 2019, foi a criação da ‘marca Paraná’, um trabalho de branding planejado para exaltar as vantagens competitivas do Estado, sobretudo em termos de infraestrutura e logística, que são fatores que pesam na tomada de decisão do empresariado na hora de escolher onde investir. Somada a isso, estão as concessões de incentivos fiscais por meio do programa Paraná Competitivo e uma intensa agenda de missões comerciais nacionais e internacionais.
“A partir de 2019, buscamos aproveitar este legado que já existia no Estado e começou a ser ampliado, dialogando com empresas de fora e também com aquelas que já estavam instaladas aqui para reforçar estes diferenciais e atrair novos investimentos”, explicou o presidente da Invest Paraná.
O mais recente investimento foi anunciado pela PremieRpet, que vai implementar a sua quarta linha de produção de ração para animais de estimação no complexo industrial de Porto Amazonas, nos Campos Gerais. Com 92 mil metros de área construída, a nova linha terá capacidade para produzir mais de 120 mil toneladas por ano, a partir de 2025, uma ampliação de 20% da capacidade total da empresa.
Inaugurada em 2022 com um investimento de R$ 1,1 bilhão, a fábrica de Porto Amazonas emprega cerca de 400 funcionários e gera mais 750 empregos indiretos. De acordo com o diretor de Operações da PremieRpet, Marcos Roberto de Oliveira, a boa estrutura logística do Estado é um dos principais motivos para a decisão de ampliar as atividades da empresa a partir do Paraná.
“Todas as nossas fábricas estão localizadas próximas de fornecedores de proteína e grãos, bem como de grandes centros consumidores. Temos fácil acesso à malha rodoviária robusta e áreas portuárias e ferroviárias, o que nos permite receber matérias-primas que compõem a formulação dos alimentos e expandir nosso negócio”, justificou Oliveira.
PRINCIPAIS SETORES – Entre os segmentos que mais têm se destacado, segundo Bekin, está a agroindústria, especialmente as empresas ligadas ao processamento da soja. Com investimentos de quase R$ 5 bilhões feitos por grupos empresariais e cooperativas, o Paraná é inclusive um dos grandes responsáveis por alavancar o processo de industrialização da soja no Brasil.
“Estamos vivendo uma grande expansão das esmagadoras de soja e de seus produtos derivados, como o SAF [Combustível Sustentável de Aviação], que deve ganhar ainda mais relevância neste ano”, comentou.
Também estão neste pacote os empreendimentos ligados ao setor automotivo, com produção dos automóveis, mas também de matérias prima e equipamentos utilizados pela indústria. Um dos exemplos mais recentes é a ampliação da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, que envolve R$ 3 bilhões em novos investimentos.
O terceiro pilar destacado por Bekin são as fábricas de eletrodomésticos da chamada linha branca. Apenas três das empresas deste segmento que fazem parte do Paraná Competitivo são responsáveis por mais de R$ 2 bilhões aplicados no Estado para a construção de novas fábricas ou ampliação de linhas de montagem. Com os investimentos da LG, Electrolux e da Atlas, o Estado já desponta como um promissor polo de eletroeletrônicos.
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MÃO DE OBRA QUALIFICADA – Para além de questões estruturais e financeiros, outro fator que tem feito a diferença no bom cenário econômico estadual é a crescente quantidade de mão de obra qualificada. Esse novo contingente de trabalhadores mais bem capacitados tem origem, em parte, na oferta de um currículo mais profissionalizante no ensino médio, cujos estudantes da rede estadual passaram a ter nos últimos anos aulas de computação, robótica e Inteligência Artificial. - Mais recentemente, o Governo do Estado também passou a oferecer, em parceria com a Google, bolsas de estudo parar cursos de tecnologia. Chamado de Talento Tech, o programa visa formar 3 mil alunos do ensino médio e superior em diferentes cursos de tecnologia, como Inteligência Artificial e computação em nuvem. Dentro desta mesma linha, o poder executivo disponibilizou 20 mil licenças para a qualificação de estudantes de escolas profissionalizantes e outras 10 mil para as universidades estaduais.
- “Hoje, buscamos empresas melhores qualificadas, que vão empregar uma mão de obra que já está mais bem preparada. Mesmo empreendimentos de menor porte, de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões de investimento, geram de 40 a 60 empregos que são bem remunerados e cuja remuneração circula na economia das próprias cidades onde as empresas estão instaladas, o que melhora a economia da região e a qualidade de vida da população de forma geral”, defendeu Bekin.
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- AGENDAS INTERNACIONAIS – Para ajudar a atrair mais capital privado para o Estado, a Invest Paraná também organiza e participa de uma série de missões comerciais internacionais com potenciais investidores e parceiros comerciais. Em muitas delas, as comitivas contam com a participação do governador e secretários de pastas relacionadas ao ramo de atividade desejado.
- Além dos encontros que ainda estão sendo negociados e planejados, há três eventos com presença garantida do Paraná, o que também inclui a participação de empresários locais que têm nestes encontros a oportunidade de estabelecer novos canais de venda e exportação.
- No começo de março, acontece a Aahar, na Índia, que é uma das maiores feitas de alimentos do Sul da Ásia. No fim do mesmo mês, o Estado também marcará presença na Expo Antad, a maior feira de alimentos e bebida do México e uma das mais relevantes do varejo na América Latina. Entre o fim de abril e o começo de maio, será a vez a Sial, no Canadá, maior feira de alimentos da América do Norte, que teve contar com 21 mil visitantes e expositores de 77 países.
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