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O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), vinculado à Secretaria de Estado do Planejamento, divulgou nesta terça-feira os dados do Índice Ipardes de Preços Regional Alimentos e Bebidas (IPR – Alimentos e Bebidas) referente ao mês de janeiro de 2025.
O índice apontou um aumento de 0,75% nos preços dos alimentos e bebidas no Estado, o que representa um crescimento de 0,08% em relação ao mês de dezembro de 2024 e uma queda de 0,36% quando comparado a janeiro de 2024.
A principal influência no aumento registrado foi o café, que teve um impacto significativo no resultado geral do índice. O preço do café subiu 10,23% em janeiro, contribuindo com 0,72% para a variação mensal. Outros produtos também apresentaram aumentos expressivos, como o tomate, que subiu 14,66%, e a maçã, com uma alta de 3,04%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o café se destacou novamente com um aumento de 58,95%, seguido de perto pela laranja-pera (35,36%) e pelo alho (32,14%). Esses aumentos refletem uma alta considerável nos preços desses itens ao longo do último ano.
Regionalmente, o café também registrou aumentos significativos, com Londrina apresentando a maior variação, de 67,69%, seguida de Foz do Iguaçu (65,22%), Ponta Grossa (65,08%), Cascavel (60,33%), Curitiba (59,29%) e Maringá (38,06%).
O aumento do preço se deu, segundo especialistas, pelos fatores climáticos que afetaram o cultivo no país, o aumento do dólar frente ao real, impactando as exportações e uma quebra da produção no Vietnã, pelas chuvas no período de colheita, fazendo com que o preço da saca disparasse no mercado internacional e influenciasse também no mercado nacional, uma vez que o café robusta produzido no país asiático é frequentemente misturado com o café arábica e vendido como café tradicional no Brasil.
A alta dos preços tem afetado diretamente os consumidores, que expressam indignação diante da situação. “É um absurdo que, sendo o país do café, estejamos passando por isso. Sempre compro o café tradicional, que antes custava cerca de R$ 13 no mercado, e agora chega a quase R$ 25. Sinto pena do trabalhador. Honestamente, não dá para ficar sem o cafezinho”, comentou S.M, compradora frequente de café.
Por sua vez, Aulinda Barbosa Ramos, dona de casa, revelou que o aumento no preço do café foi tão expressivo que, agora, ela precisa reduzir o consumo, fazendo o café apenas uma vez por dia em sua casa, em vez de duas, para tentar economizar.
Alexia Alves
Foto – Reprodução