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Você já reagiu no impulso e depois se arrependeu? Já disse algo no calor do momento que não deveria ter dito? Já tomou uma decisão que parecia certa na hora, mas depois percebeu que foi pura emoção?
Se sim, entenda: você não é a única pessoa que já fez bobagem por agir de forma instintiva. Isso acontece com todo mundo.
A pessoa briga com o chefe e se arrepende. O casal começa uma discussão por um motivo bobo e, de repente, estão falando de todas as mágoas acumuladas nos últimos cinco anos. Alguém desconta o estresse numa compra compulsiva e, no mês seguinte, se assusta com a fatura do cartão.
E o mais curioso? Na maioria das vezes, a gente nem percebe que está sendo irracional.
Daniel Goleman, no livro Inteligência Emocional, explica que essa impulsividade tem um nome: sequestro emocional.
Funciona assim: nosso cérebro tem uma estrutura chamada amígdala, que é responsável por processar emoções como medo e raiva. Quando algo nos incomoda ou nos ameaça, essa região dispara um alerta – e toma o controle. Antes que o lado racional do cérebro tenha tempo de avaliar a situação, a amígdala já decidiu: “Reaja agora!”
O problema? Esse sistema foi útil na época em que precisávamos fugir de predadores. Mas, hoje, ele nos faz reagir como se uma mensagem de whatsapp mal escrita do chefe fosse um ataque de leão. Como se uma crítica fosse uma ameaça de vida ou morte. Como se uma simples divergência fosse um ataque pessoal.
A emoção toma conta. A razão desaparece. O resultado? A gente age sem pensar – e depois tenta justificar.
Isso explica por que tanta gente faz escolhas que parecem completamente irracionais.
– O casal que se ama, mas diz coisas horríveis um para o outro.
– O profissional competente que joga tudo para o alto por causa de um momento de raiva.
– O amigo que corta laços por causa de um mal-entendido.
E depois? Depois, vem o arrependimento. Mas a palavra dita não volta. A atitude impulsiva já deixou marcas.
O pior é que, quando a emoção já tomou conta, a gente tenta justificar. “Eu só falei aquilo porque estava nervoso.” “Eu só reagi assim porque fui provocado.”
A verdade é simples: a gente poderia ter evitado. Porém, como evitar o sequestro emocional? Dá para treinar o cérebro para reagir com mais equilíbrio. Algumas estratégias fazem toda a diferença:
Identifique seus gatilhos – Cada pessoa tem algo que a tira do sério. Para uns, é a sensação de injustiça. Para outros, é se sentir ignorado. Saber o que ativa suas reações impulsivas já ajuda a evitar armadilhas.
Pratique a pausa – Sentiu que a emoção tomou conta? Pare. Respire. Dê um tempo antes de responder. O simples fato de esperar alguns segundos pode evitar uma reação da qual você pode se arrepender depois.
Aprenda a controlar as emoções – Meditação, exercícios físicos e boas noites de sono ajudam a manter o equilíbrio emocional. O cansaço e o estresse deixam a gente mais vulnerável a explosões emocionais.
Pergunte-se: isso vai me ajudar? – Antes de reagir, questione: essa resposta vai resolver o problema ou só piorar? Se for para piorar, melhor segurar.–
Ronaldo Nezo
Comunicador Social
Especialista em Psicopedagogia
Mestre em Letras | Doutor em Educação
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