
Maringá tem vivenciado um aumento significativo nos casos de acidentes envolvendo escorpiões nos primeiros meses de 2025. Em fevereiro, a Cidade já registrava 144 ocorrências com esses animais peçonhentos, um número que chama a atenção, especialmente se comparado aos 681 casos registrados ao longo de todo o ano de 2024.
Escorpiões, conhecidos pela sua adaptabilidade, se tornaram uma presença cada vez mais comum nas áreas urbanas da cidade, afetando tanto as regiões periféricas quanto os bairros mais densamente povoados.
Ingrid dos Santos Ramos, bióloga, explica que o clima quente e úmido de Maringá é um dos principais fatores que contribui para o aumento da população desses aracnídeos. “O calor e a umidade criam um ambiente propício para a proliferação de escorpiões, que buscam abrigo em locais mais frescos e alimentam-se de insetos”, destaca.
Além das condições climáticas, a urbanização acelerada e o acúmulo de entulho e lixo nas áreas residenciais têm agravado o problema. Esses locais oferecem o ambiente ideal para os escorpiões, que encontram abrigo e alimento em meio a resíduos e materiais descartados.
A presença desses animais nas proximidades das residências tem gerado receio entre os moradores, que enfrentam o desafio de conviver com o risco de acidentes. O caso mais recente registrado na Cidade foi o de um bebê de 11 meses, picado por um escorpião dentro do Centro Municipal de Educação Infantil CMEI (CMEI) Alba de Araújo da Rocha Loures.
Orlando Ayres de Paula, morador de Maringá, compartilhou sua experiência ao encontrar um escorpião em sua casa. “Cheguei em casa e percebi que havia algo se mexendo embaixo da cama. Quando olhei mais de perto, vi que era um escorpião amarelo, bem grande. No susto, acabei matando o animal”, relatou.
As autoridades de saúde orientam, no entanto, que, em caso de encontro com escorpiões, a captura deve ser feita apenas se a pessoa se sentir segura. Para isso, é necessário o uso de luvas específicas ou algum objeto longo e fino, além de um frasco plástico fundo, de superfície lisa e tampa, para armazenar o animal. A coleta deve ser realizada com muito cuidado, uma vez que os escorpiões podem se mostrar agressivos se ameaçados.
Fernando Alves Fungaes, morador do bairro Alvorada, compartilha sua experiência com os escorpiões. Ele já encontrou cerca de cinco animais dentro de sua residência. “Já encontrei até os exoesqueletos dos escorpiões. Acredito que eles vêm do bueiro em frente à minha casa e, quando vejo, geralmente ligo para o 156 e eles buscam o animal. Já me acostumei, mas sempre temos que tomar cuidado”, afirmou.
A aplicação de veneno para controle da população de escorpiões deve ser feita exclusivamente por empresas especializadas, com profissionais capacitados para o manuseio seguro.
Quanto ao tratamento de picadas, a recomendação das autoridades de saúde é que, em caso de acidente, a pessoa lave imediatamente o local da picada com água e procure a unidade de saúde mais próxima. Se possível, é aconselhável que o paciente fotografe o escorpião para facilitar o atendimento médico.
Da Redação
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