
O chefe do Executivo, Silvio Barros (PP), anunciou ontem que a Prefeitura pretende avaliar a produtividade individual dos médicos que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A decisão foi comunicada durante uma coletiva de imprensa realizada ontem, 23, um dia após o prefeito visitar pessoalmente a UPA Zona Sul, que registrou superlotação nesta semana.
Durante a visita, Barros conversou com profissionais da saúde e usuários da unidade, colhendo relatos sobre a demora nos atendimentos, que em alguns casos chegavam a 40 minutos ou até uma hora entre um paciente e outro e também comentou sobre a possibilidade da construção de duas novas unidades de UPAs na Cidade, mas o projeto ainda está em fase de busca de recursos.
O prefeito atribuiu a alta demanda ao crescimento expressivo dos casos de dengue em Maringá, aliado ao fechamento de hospitais e clínicas em feriados e finais de semana. Ele classificou a situação como reflexo de um “dia complexo”, mas que expõe problemas mais amplos na estrutura da saúde municipal.
“A saúde está desestruturada. Houve um desmonte no sistema de atendimento, particularmente da atenção primária, e isso está nos obrigando a fazer uma recuperação do sistema. Isso acaba sobrecarregando as unidades de pronto atendimento”, afirmou Barros.
Segundo ele, um dos principais desafios é a escassez de médicos, situação que será enfrentada com a abertura imediata de um novo credenciamento para contratação de profissionais. “Falta médico. De imediato, é contratar mais médicos. Hoje começa o credenciamento. A dengue exige isso. As pessoas precisam de atendimento, e precisamos também começar a recuperar fisicamente a estrutura da UPA”.
Com base nas reclamações ouvidas na unidade, Barros solicitou um relatório detalhado com o número de atendimentos realizados por cada médico. O objetivo é entender a diferença na produtividade entre os turnos de trabalho. Segundo o prefeito, há registros de profissionais que atendem entre 20 e 24 pacientes por dia, enquanto outros chegam a 35 ou mais.
“Uma das coisas que as pessoas estavam reclamando é que estava demorando muito a consulta. Então, a preocupação que eu tive foi pedir um relatório com o número de atendimentos por médico, para compararmos a produtividade entre os turnos”, questionou.
O levantamento já foi entregue à Prefeitura e será analisado diretamente por Silvio Barros, que pretende se reunir pessoalmente com os médicos. “Agora eu quero conversar com esses médicos e entender o que está acontecendo. Nós vamos ter que ter um padrão de atendimento. Não pode um atender 20 e o outro atender 35. E isso é consistente, não é algo que aconteceu um dia só. É uma média constante.”
A gestão municipal não detalhou se a avaliação resultará em mudanças nos contratos ou em remanejamento das equipes, mas afirmou que outras medidas poderão ser adotadas após a análise completa dos dados.
Da Redação
Foto – PMM