
A Prefeitura de Maringá realizou ontem a primeira reunião oficial para a criação de um comitê destinado à formulação de políticas públicas voltadas às pessoas em situação de rua.
O encontro, que contou com a presença do prefeito Silvio Barros, vereadores, representantes da sociedade civil, entidades assistenciais e lideranças religiosas, marcou o início de uma nova etapa no enfrentamento desse desafio social.
O objetivo central do comitê é compreender a fundo a realidade da população em situação de rua e construir soluções estruturadas, eficazes e permanentes. Durante a reunião, o prefeito Silvio Barros enfatizou a importância do debate coletivo como base para políticas públicas realmente transformadoras. “Se não tivermos informações precisas, nunca encontraremos a solução. Por isso, queremos ouvir os envolvidos, entender a realidade e, com união, construir respostas que mudem de verdade essa situação”.
Segundo Barros, a proposta da atual gestão é atuar com planejamento, sensibilidade e responsabilidade, enfrentando o problema de maneira concreta e participativa. Ele também destacou a complexidade do tema e a necessidade de abordagens diferenciadas conforme os perfis das pessoas em situação de rua.
“Alguns estão nas ruas por dependência química, outros por necessidade, e há quem não se adapte à vida em uma casa. Precisamos tratar cada realidade de forma específica. Não dá para colocar tudo em um mesmo pote. Vamos desenvolver políticas amplas, completas e humanizadas”, reforçou.
A reunião também contou com a participação do arcebispo de Maringá, Dom Severino Clasen, que defendeu uma abordagem integrada e coletiva.
“É fundamental recolher, acolher e abraçar essa causa. Com união e iniciativas conjuntas, é possível encontrar soluções verdadeiramente transformadoras”, disse o arcebispo.
De acordo com a Prefeitura, o comitê será permanente e terá encontros regulares para ampliar a escuta da sociedade civil, sistematizar propostas e estruturar ações integradas. A meta é criar políticas públicas de longo prazo que promovam inclusão, dignidade e oportunidades para as pessoas em situação de rua.
NÚMEROS
Dados do Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, compilados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e divulgados em dezembro passado mostram um aumento de 50% na população em situação de rua no intervalo de apenas um ano.
De acordo com a plataforma, eram 565 famílias em situação de rua na cidade até agosto de 2023. Já em agosto de 2024, o número subiu para 845 famílias. Embora a informação seja embasada com dados da população em situação de rua, não significa, necessariamente, que todos os cadastrados recebam algum tipo de benefício social.
A Defensoria Pública do Paraná (DPE-PR) levantou números sobre a população em situação de rua no Estado. Ao todo, até agosto de 2024, eram 14.638 famílias nesta condição no Estado, 27% a mais do que o registrado em agosto de 2023, quando eram 11.497 famílias em situação de rua.
Da Redação
Foto – Ricardo Lopes/PMM