Início Colunistas A complexidade da existência humana

A complexidade da existência humana

Li numa rede social e queremos refletir sobre : ‘ Você nasce sem pedir e morre sem querer. Aproveite o intervalo.’

Aprendi que na maioria das vezes não só pedimos para nascer, ou renascer, e alguns até imploram. Todos nascemos, como uma planta que germina, e renascemos muitas vezes, em corpos físicos diferentes, conservando a essência definida por Alma ou Espírito, palavras sinônimas, que em verdade somos.

É uma operação complexa, a existência humana. Nada é ao acaso e por acaso. Renascemos numa família, de pais, em corpos masculinos ou femininos, no local que precisamos, para cumprirmos mais uma etapa da vida, que é imortal ou infinita, se confundindo com eterna, dividida em existências, que no corpo físico variam, mas dificilmente passam dos cem anos, a cada etapa.

Aqui cabe um parênteses para esclarecimentos: Muitas vezes confundimos algumas expressões, usadas na filosofia espírita. Imortal, eterno e infinito são conceitos distintos. Imortal é aquele que nasceu, mas que não tem fim, não morre jamais. Eterno é aquele que não tem começo e nem fim, existe desde sempre é para sempre. Infinito é aquele que não tem limites, não se consegue limitar onde começou e até onde se estende.

Exemplificando, pensemos em Deus, no Espírito e no Universo. Deus, Criador, existe desde sempre. Deus é eterno. Nós, Espíritos, somos imortais. Criados por Deus, temos uma data de nascimento, mas somos imortais, vivos para todo o sempre. O Universo, criação de Deus, não tem limites. Não conseguimos dizer de onde ele vai e até onde chega.

Voltando à frase inicial, não é verdade que nascemos sem pedir. Exceto em raros casos de reencarnação compulsória de Espíritos rebeldes, o renascimento é amplamente, digamos, ‘negociado’, a nosso pedido, muitas vezes, e por sugestão de nossos mentores. Falamos de existências físicas, aquelas que começam no ventre de nossas mães, e terminam com ‘o morrer’ do corpo físico. Vejamos a para a parte seguinte na frase: ‘ morre sem querer’:

Por que uns morrem tão prematuramente, o sem desejar ( fora suicídios e assassinatos, e outros se arrastam, em longos períodos acamados , vegetando ?

Felizmente a nenhum de nós é dado saber quando morreremos fisicamente. “Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a Lei.”, disse Alan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, definindo reencarnação como “a volta da alma ou espírito à vida corpórea, em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o antigo”.

È a oportunidade que temos de aperfeiçoar nossos erros e acertos, mediante a novas experiências, construindo nosso próprio destino. Estudando Kardec aprendemos que Deus cria as almas simples e ignorantes, isto é, sem a noção e sem o conhecimento do bem e do mal, mas com igual aptidão para tudo. Uns podem precisar de mais outros de menos tempo, isso explica porque uns têm mais outros menos ‘tempo de vida’ ( existências), seja no corpo ou no intervalo entre as reencarnações.

Ao longo dessas vidas o espírito comete erros, aprende, reflete e tem experiências que o marcam profundamente, mas sempre com o objetivo de passar de uma ordem espiritual inferior para outra mais elevada. Fora os já na primeira ordem, todos renascemos sucessivas vezes, para evoluirmos .

Sobre: ‘ Aproveite o intervalo’: Ao término de cada passagem terrena somos avaliados pela própria consciência, ‘uma espécie de HD’ onde tudo fica registrado, e com a ajuda dos mentores e dos construtores da vida, acessamos após a morte, para sabermos se aproveitamos ‘o intervalo’.

Não é ‘gozar a vida’, como muitos pensam, no sentido de riqueza lazer, boa vida, etc. É, cumprindo a Lei, num resumo de Jesus: ‘Amar a Deus acima de qualquer coisa e ao próximo como a si mesmo’.

Mesmo que não acreditemos em Deus, façamos ao próximo, tudo que gostaríamos que nos fizessem. É difícil, mas precisamos começar, não fazendo aos outros o que não gostaríamos que nos fizessem.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

COMPARTILHE: