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Reinado de outro mundo

Há 200 anos o Brasil deixou o reino de Portugal que foi, até 1910,uma das monarquias na Europa, chamada de velho mundo.

Sem aprofundarmos na análise das manifestações do dia sete, que se confundiram com a campanha política de 2022, em que o cristianismo tem sido usado de forma, muitas vezes, equivocada.

O cristianismo é, obviamente, derivado da doutrina de Jesus Cristo, e neste sentido queremos trazer para reflexão dos leitores uma passagem evangélica, em( S. João,18:33,36 e 37), que adaptamos para uma linguagem atual, e no livro ESE recebeu o título de: ‘Meu reino não é deste mundo’:

Pilatos, chamou Jesus e perguntou: És o rei dos judeus? O Mestre respondeu: Meu reino não é deste mundo. Se fosse , minha gente lutaria para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui.

Retrucou Pilatos: És, pois, rei?E Jesus respondeu: É o senhor que está dizendo.Sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz.

Por essas palavras, Jesus se refere à vida futura, que apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando que ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.

Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino Cristão, pelo que foi colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. É que ele tem de ser o ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a justiça de Deus.

Até então se tinha idéias imprecisas acerca da vida futura. Acreditava-se nos anjos, considerando-os seres privilegiados da criação; não sabiam, porém, que os homens podem um dia tornar-se anjos e partilhar da felicidade destes. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo.

Mais tarde, Jesus revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso. É esse o mundo que ele promete aos que cumprem os mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é que ele se encontra na sua glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.

ELE, porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados, visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida futura apenas como um princípio, como uma lei da natureza a cuja ação ninguém pode fugir. Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a ideia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade.

Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser mera hipótese para ser uma realidade material, que os fatos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e suas peripécias, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente fica a verdadeira justiça de Deus.

E concluímos com vibrações à Rainha Elizabeth, cujo reinado,agora, não é mais deste mundo.

Akino Maringá, colaborador
Foto – Reprodução

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